quarta-feira, 11 de junho de 2008

Direitos autorais e literatura técnica eletrônica

Talvez o argumento mais repetido quando se fala em divulgação eletrônica de conhecimentos seja a apropriação indevida de direitos dos autores e patrocinadores dos documentos expostos. Sente-se quase um medo doentio, uma preocupação obsessiva.
Podemos imaginar como seria o mundo da informática se os produtores de softwares desistissem de seus projetos imaginando que perderiam seus trabalhos no espaço pirata da web? Talvez os PCs não existissem e a IBM imperasse sozinha com seus computadores gigantescos e complicados. A internet continuaria a ser algo do Pentágono e a globalização certamente estaria no plano das hipóteses.
Felizmente a realidade mostrou a vitória da coragem e do empreendedorismo de inúmeros cidadãos que mereceriam honrarias, prêmios, destaques que só a inveja ou a mediocridade condenam. Não podemos deixar de falar em Bill Gates, pessoa extraordinária que dispensou diplomas e conquistou o mundo com a sua Microsoft. A revolução estimulada pelos seus programas, comercializados no mundo inteiro, não antes de concordarmos com os contratos que precedem a instalação de seus “Windows” e “offices” em nossos computadores de uso pessoal, comercial, industrial etc. mudou o comportamento de bilhões de pessoas, introduziu novos hábitos, equipamentos, sistemas, gerou oportunidades imensas a quem tem criatividade e competência além de, é óbvio, acesso a essas maravilhas tecnológicas.
No primeiro mundo o ensino a distância avança aceleradamente deixando na poeira os países mais conservadores, atavicamente presos a seus pergaminhos. Ebooks e portais criam oportunidades de treinamento que antes só víamos em filmes do Flash Gordon, ou melhor, nem nesses melhores romances futuristas encontrávamos algo parecido às facilidades que conquistamos em tão pouco tempo. O século vinte terminou com a humanidade usando celulares, GPS, laptops, televisores portáteis etc. Alguém nascido na primeira metade do século passado poderia imaginar isso? Certamente alguns gênios podem ter sonhado com tudo isso, a realização desses sonhos, contudo, devemos à ousadia e à criatividade de cientistas e empresários que entraram para a nossa história, alguns, mas uma multidão deles ficou oculta em laboratórios e indústrias espalhados pelo mundo.
O progresso não pára. Que maravilha esses tais de “pendrives”. Como a inteligência consegue vencer os “hackers”, quantas possibilidades com novos satélites e uso primoroso das fibras óticas e novos processadores, monitores etc.

Devemos, contudo, saber usar.
Teremos em Curitiba o Global Forum, promovido por diversas entidades, capitaneado pela FIEP, entre os dias 18 e 20 de junho (CIETEP) próximos, para
Contribuir para o fortalecimento das relações entre o mundo empresarial e o acadêmico, de modo a torná-los parceiros permanentes na produção, utilização e divulgação do conhecimento;
Compartilhar conhecimentos empresariais e os mais recentes estudos científicos sobre o desenvolvimento sustentável e as decorrentes exigências de educação frente às mudanças e ao desenvolvimento;
Identificar as boas práticas empresariais e gerar propostas para a inovação e mudanças na educação.

Que bela oportunidade para discutirmos o bom uso de nossos computadores a favor da educação, para aprofundamento de questões como o direito autoral em publicações via internet e, acima de tudo, promover novos padrões de educação a distância, nesse mundo com tantos espaços vazios diante da inacessibilidade à instrução por fatores econômicos e geográficos.
O tema central será o desenvolvido sadio, sustentado num planeta que dá sinais de saturação, que exige novas tecnologias para melhor uso dos recursos naturais, sem agravamento do ambiente, já saturado pelo uso perdulário e negligente.
Precisamos reensinar a Engenharia, a Arquitetura, o Urbanismo, as ciências mal exatas e outras nunca precisas. É o momento de destacarmos a importância da literatura eletrônica, capaz de compensar as dificuldades de edição de livros técnicos, espaços de baixa produção graças às dificuldades de edição e distribuição (custos elevados, atualização, ilustrações, detalhamentos caros se feitos em papel). Com textos, cursos, vídeos e links a literatura eletrônica no mundo das ciências pode viabilizar a:
1. Universalização da cultura técnica.
2. Oferecer literatura técnica didática, em sintonia com a ementa dos cursos de segundo grau técnicos e terceiro grau de modo geral, existentes.
3. Aumentar a acessibilidade do estudante de baixa renda à literatura técnica.
4. Facilitar a participação em cursos de segundo e terceiro graus dos estudantes portadores de deficiência.
5. Criar biblioteca de alto nível didático.
6. Estabelecer referência técnica.
7. Embasar esforços de elevação de nível pedagógico das escolas técnicas e universidades.
8. Ampliar e fortalecer a literatura técnica em línguas fora do eixo mais rico.
9. Facilitar os desenvolvimentos urbanístico, industrial e agropecuário, saneamento básico, saúde, direito, enfim, gerar em todas as profissões base de apoio técnico de alto nível.
10. Gerar base de conhecimentos com qualidade certificada e coerente com as exigências das autoridades educacionais, facilitando o desenvolvimento e avaliação dos cursos técnicos profissionalizantes e de nível superior.

Ou seja, temos condições de promover uma revolução educacional.
E a proteção dos autores? Não bastassem as muitas formas de defesa que, por exemplo, empresas do tipo CBT Brasil oferecem (por quê não citar uma empresa paranaense, brasileira?) podemos, por exemplo, criar e colocar em meio de armazenamento o sistema operacional vinculado ao material a ser distribuído (LINUX dedicado) e senhas para garantia de remuneração dos autores.
Que tipo de remuneração?
Material educacional tem público dirigido, tem espaço para “merchandising”, pode ser instrumento de propaganda de indústrias e produtos de qualquer tipo, por quê não aproveitar essas oportunidades?
Enfim, podemos mudar o mundo, evoluir, é só querer.

João Carlos Cascaes
Curitiba, 10 de maio de 2008

Um comentário:

Franco Rovedo disse...

Entendemos que proteger o direito autoral é uma forma de incentivar a produção de material didático de qualidade.
A mídia digital é muito fácil de ser copiada. Na verdade ser clonada. Sem diferença com o original.
Enquanto a mídia impressa tem perda de qualidade em caso de cópia , isto não acontece com um multimídia.
A tecnologia FLASH, utilizada para recursos multmídia, é facilmente descompilado, ou seja, feita uma engenharia reversa em seu código fonte.
Encontra-se na internet vários programas que fazem isto. Assim, basta descompilar um arquivo flash, alterá-lo um pouco e vc passará a distribuir um material copiado e alterado para parecer que foi de sua autoria.

Percebemos que esta facilidade afastava e inibia autores a gastarem seu tempo e conhecimento por desacreditar que seus esforços seriam recompensados.
O modelo comercial tradicional entre editores e autores era baseado apenas na confiança que os editores reproduziriam apenas a quantidade de cópias acordada.

A CBT Brasil desenvolveu junto à empresa internacioanis um método de encriptação (embaralhamento dos dados) que impede a descompilação do material.
Esta mesma tecnologia é usada para gerar senhas e códigos de isntalação que podem ser customizados conforme a necessidade.
Por exemplo: podemos gerar um produto que pode ser copiado e distribuído livremente em versão de avaliaçào por 30 dias ou 2 dias.....
A cópia será feita do material integral, porém ele ficará ativo no PC apenas pelo tempo desejado, após o que, requererá um senha.
Esta senha é única e depois de ativada fica registrada em nosso banco de dados, contendo informações do udsuário e da máquina em que foi ativada.
Este banco de dados ficará disponível para auditorias por parte dos autores, fazendo com que els tenham a noção exata do que foi comercializado.

Outra vantagem para os autores de livros eletrônicos, é a facilidade de atualização do material. Enquanto o material impresso depende de uma tiragem mínima com alto custo, o material digital pode ser atualizado diariamente.
O usuário que desejar atualizar o material que adquiriu, pode simplesmente, fazer o download e substiutir os dados antogos pelos mais novos, não necessitando novas instalações.
Porém para que esta atualização funcione, é necessáriio que ter adquirido um número de série válido.

Outra tecnologia é a do material estar previamente ativado em um PenDrive. O conteúdo est'a pronto para uso somente naquele pendrive em particular. Nào podendo ser copiado para outro pendrive ou computador.
Na verdade, pode ser copiado, porém quando o sistema reconhecer que não se trata do pendrive original, ele entrará em modo de avaliação e requisitará um novo número de séire válido.
Isto é sensacional, pois o usuário podera portar consigo uma centena de livros e cursos para consultá-los em qq computador disponível, impedido porém de distribuir cópias ilegais.
Este sistema permitoirá as bibliotecas e outros estabelecimentois "locar livros eletrônicos", pois eles estarão em uma mídia física, sem contudo sofrerem pirataria.

Para ter uma idéia, a média de tamanho de um curso nosso é de 20 Mb. O pendrive mais barato e comum tem 1 Gb de capacidade. SÃo 50 cursos em um pendrive.
Sem limitação de imagens, sons, textos e áudio.

Existem métodos para copiar as telas apresentadas, o áudio utilizado ou os vídeos, porém são trabalhosos e não são cópias fieis do material original. Sendo passíveis de rastreamento.
Hoje, um pendrive de um gigabite conteria as materias deum curso de graduação.

Lembrem-se que um dos motivos de não haver mais produção didática de qualquer tipo é a certeza que seu material será "xerocado" na própria faculdade, perdendo qualidade e roubando direitos do autor.

Outro fator que incentiva a produção didático eletrônica , é que apouco tempo foi aprovado a certificação destes livros digitais como livro normal, possuindo ISBN ( International Standard Book Number) junto a biblioteca nacional. Assim o autor pode se beneficiar do status de ser autor de livros válido para currículos, inclusive lates.

Muitos assuntos são limimtados pela impraticabilidade de impressão a um custo razoável. Assim, vemos muitos livros sobre direito, sociologia , etc, pois estes não requerem o uso de imagens e cores. O livro digital não tem este impedimento. Assim, assuntos altamente visuais podem ser iloustrados a vontade.

Somo a primeira produtora / editora que produz e cria o mercado editorial didático do futuro, pois a tecnologia já existe, faltando apenas um modelo de negócios que previlegie todos envolvidos, principalmente o autor.