sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Crise, infra-estrutura e os empréstimos do BNDES

Senador ALVARO DIASARTIGO
12 de dezembro de 2008
Crise, infra-estrutura e os empréstimos do BNDES
No turbilhão da crise financeira mundial os empréstimos bilionários concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a outros países ganham a cada dia uma conotação de escárnio, chegando mesmo a constituir um crime de lesa-pátria. A perspectiva de calote generalizado, após o anúncio de auditorias internas das dívidas contraídas por diversas nações vizinhas, e a deterioração da infra-estrutura local, enquanto financiamos metrôs e hidroelétricas no exterior, são ingredientes nefastos que colocam um dos maiores bancos de fomento do mundo sob severa vigilância da sociedade e do Parlamento brasileiros.
Venho insistindo nesse tema desde o ano de 2005, porque pressinto esconder algo mais grave, mais escuso do que se possa imaginar. Uma outra vertente preocupante dessa questão: a pretexto de se financiar empresas brasileiras, o BNDES autoriza a realização de obras no exterior sem concorrência pública, possibilitando um verdadeiro festival de propinas na burocracia daqueles governos.
Aguardo com muita a ansiedade a auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). A propósito, aquela Corte tem por tradição trabalhar com seriedade, atuando com independência, competência técnica e muita eficiência, apesar de muitas vezes não ter os instrumentos necessários para o aprofundamento de determinadas investigações.
Uma relação parcial desses empréstimos registra 53 contratos celebrados com inúmeros países. Entre eles encontramos quatro com a Argentina; dois com o Uruguai; sete com a República Dominicana; quatro com a Venezuela; três com o Chile; 31 com Angola. As cifras são bilionárias, envolvem algo em torno de US$1,75 bilhão.
É uma incógnita se o Brasil receberá os valores referentes a esses empréstimos, generosamente concedidos por intermédio do BNDES como parte de uma política conduzida pelo Presidente da República, uma seqüência de gestos generosos com vistas a alçar a liderança regional.
Preocupa-nos sobremaneira o tratamento dispensado pelo Governo federal à infra-estrutura, deixando de considerar sua vertente estratégica e relegando a segundo plano a remoção dos seus entraves. O setor produtivo sofre os efeitos da deterioração da infra-estrutura. Sabemos que o crescimento sustentado da indústria está atrelado à iniciativa e ao esforço das suas próprias empresas, bem como da eficiência global do País.
Há consenso entre os especialistas de que a insuficiência da infra-estrutura produz impactos importantes em toda a economia, elevando o grau de incerteza e os custos, e reduzindo a taxa de retorno dos investimentos produtivos.
O exemplo da China é emblemático: diante da crise financeira internacional, os investimentos públicos em infra-estrutura aumentaram consideravelmente para manter a economia em atividade. A China aprovou recentemente programa para investir US$ 586 bilhões em infra-estrutura, sendo US$ 300 bilhões em ferrovias.
Na contramão do bom senso, o atual Governo pauta sua atuação exportando nossos recursos para a realização de obras lá fora, gerando emprego, renda e receita pública para outros povos. Em contrapartida, os nossos gargalos logísticos são cada vez mais preocupantes. A baixa eficiência do setor de transportes, por exemplo, se agrava a passos largos. Os portos, estradas, ferrovias, apresentam muitas deficiências.
Destaco ainda que tanto os investimentos públicos quanto os privados em infra-estrutura (percentual do Produto Interno Bruto investido em infra-estrutura), no Brasil, são baixos. Enquanto em nosso país, em 2006, o investimento público no setor foi o equivalente a 1,04% do PIB, no mesmo ano a Colômbia investiu 3,5%, a Índia 4,5%, a China 7,1%, o Vietnã 8,6% e a Tailândia 14,3%.
Não podemos perder de vista que o enfrentamento da crise financeira internacional exige competência gerencial e coloca à prova os governantes. A Europa, capitaneada pelo primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, adotou as medidas necessárias e administra a crise com visível responsabilidade. A competente gestão financeira de Gordon Brown inspirou os governantes do continente europeu. Nos EUA, Barack Obama sinaliza igualmente que não vai titubear diante dos desdobramentos imprevisíveis da crise em curso.
No Brasil houve negligência e deboche no trato da crise financeira que se disseminou pelo mundo. O governo demorou a admitir a magnitude da crise e procurou “vender” a imagem de um país blindado, imune aos solavancos externos. A crise bateu à porta do Palácio do Planalto sem pedir licença. O Presidente Lula foi obrigado a reformular sua postura e admitir que a crise é grave. Vamos torcer para que todos os “apagões” sejam banidos de nosso país. Que a ética, a moralidade administrativa e a eficiência gerencial sejam finalmente restauradas.

Senador Alvaro Dias – 2º Vice Presidente do Senado, vice-líder do PSDB
Assessoria de Comunicação - Gabinete do Senador Alvaro DiasJornalista responsável: Cristiane SallesE-mail: gsadia@senado.gov.brMais Informações no site:www.alvarodias.com.brVeja as opiniões de Alvaro Dias sobre os temas do dia e faça comentários no Blog do Alvaro DiasVocê está cadastrado em nosso site para receber este informativo. Para cancelar sua assinatura, envie um email para gsadia@senado.gov.br com o assunto "Remover".
Curitiba kafkiana
Da Wikipédia, “kafkiano”:
Descreve uma situação indesejada em que um indivíduo, sem o querer, se depara como inserido, ficando com a real impressão de que, enquanto a situação perdura, está vivendo em uma dimensão irreal, em estado de perplexidade podendo, em decorrência, ser levado a uma condição mental totalmente desajustada.
Em 11 de dezembro de 2008 no Ministério Público do Estado do Paraná, em reunião promovida pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, CAOP, com a presença de diversas associações e sob a coordenação da promotora Dra. Terezinha Resende Carula, vivemos mais uma dessas situações inacreditáveis, kafkianas, por assim dizer, se não morássemos em Curitiba.
Não deveria nos surpreender, pois a questão do lixo se arrasta há anos e não vemos a luz ao final desse túnel mal cheiroso e perigoso. Agora a dúvida é a Rodoferroviária, onde nós (ABDC) e outras entidades temos questionado as condições de acessibilidade. Lugar de grande concentração humana carece de recursos compensatórios às restrições das pessoas deficientes e outras com necessidades especiais, isso sem falar nas questões de segurança que a transformaram em lugar de episódios deprimentes.
Precisamos de reformas e correções naquele local, mas parece que nada pode ser feito, pois logo a URBS deverá sair de lá.
Nas palavras da representante da Urbanizadora de Curitiba ficamos sabendo que o prazo para saírem de lá termina em março de 2009. Faltando poucos meses para a questão, que não é nova, ter um desfecho agressivo ao povo curitibano, não temos um plano B, não existe projeto, obras, nada para uma nova rodoviária e, diante da situação existente, não se faz nada no prédio atual.
É difícil de acreditar nisso tudo. Imaginamos que o governo federal, poder concedente do transporte coletivo interestadual, o governo estadual, responsável pelo trânsito entre as cidades do estado do Paraná, e o nosso prefeito estejam, ou melhor, já definiram o que fazer a partir de março do próximo ano.
Ficamos perplexos com o que nos foi relatado, não imaginamos tanta omissão de nossas autoridades.
Aditivamente às nossas preocupações juntamos a questão da acessibilidade, dos direitos humanos, da dignidade e cidadania. É difícil aceitar que esqueçam o sofrimento de gente com necessidades especiais. Nossa esperança é que pelo menos nossos filhos e netos algum dia vivam num país atento e cuidadoso com os idosos, os cadeirantes, os cegos e surdos, as pessoas doentes e aquelas atingidas pelas crises econômicas criadas pelos magnatas do cassino financeiro internacional.
Saímos da reunião no Ministério Público do Estado do Paraná com a sensação de vazio, desamparo, quase na certeza de que vivemos numa cidade fria, incapaz de resolver problemas tão óbvios e urgentes quanto o da acessibilidade na Rodoferroviária, aliás, equipamento urbano sob risco de ser desativado e precisarmos usar lugares improvisados em Curitiba.

João Carlos Cascaes
Curitiba, 12 de dezembro de 2008.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Queime depois de ler

Queime depois de ler

Vimos uma “comédia” que mais parecia uma tragédia, uma descrição pretensamente cômica do comportamento de um grupo de pessoas que representa muito bem o que vemos com freqüência crescente em nossa sociedade.
Uma mulher já um tanto desgastada, querendo de qualquer jeito fazer cirurgias plásticas que dependiam de dinheiro que não tinha, exercitando a lógica do “é dando que se recebe”, procurando um companheiro em todos os cantos da cidade de Washington, acaba sendo parceira num processo de chantagem e em seguida na venda do que imaginava serem “segredos militares”. A trama se desenvolve num ritmo acelerado, inclusive com as batidas de carro que os norte americanos tanto apreciam, mostrando, contudo, o grau de alienação de pessoas comuns demais em nossos dias.
O sentimento de “estado nacional” é relativamente recente. No século dezenove apareceu com força, foi contestado por alguns “movimentos populares” da época, de esquerda internacionalista, tornou-se forte, viabilizou guerras, mas também serviu para unir pessoas que antes só andavam juntas por força dos chefes religiosos e sob o chicote da aristocracia.
Nos EUA os americanos aprenderam a cultivar o amor à pátria, tanto assim que a bandeira daquele país é usada exaustivamente até em shows eróticos. Apesar de tudo vimos um filme produzido na capital daquele país, onde, sem mais nem menos, uma dupla de trapalhões descobre a oportunidade de se entregar ao Deus Dinheiro e não titubeia em expor o próprio povo vendendo-se a estrangeiros. O espantoso é sentir que “aquilo” poderia ser normal entre americanos que diversas vezes sacrificaram tantos jovens a favor de seu país.
Esse é um processo que vemos acontecer em todos os cantos do mundo moderno, afinal, quem se recusa a ter um bom emprego em qualquer multinacional mesmo que ela trabalhe contra os interesses nacionais? Não é comum vermos amigos se mandando para o estrangeiro, mudando de nacionalidade, de língua e costumes, saindo e falando mal de uma terra que nunca defenderam? Não é normal descobrirmos amigos vendendo a alma para poderem freqüentar os clubes de ricos de suas cidades?
O nacionalismo ainda existe, sim. Grupos econômicos poderosos lutam para manter o poder de suas pátrias. A crise econômica que nos abate ilustra movimentos de defesa dos interesses estrangeiros da mesma maneira como vimos acontecer na crise de 1929, onde, no Brasil, por exemplo, as concessionárias de energia elétrica sob controle deles se transformaram em instrumentos de evasão de divisas a favor de investimentos na América do Norte, principalmente. Ainda agora o amigo Joaquim Francisco de Carvalho manda emails desesperados denunciando a determinação do governo do Estado de São Paulo que pretende privatizar as usinas da CESP, impedindo-se, inclusive, a participação das nossas estatais nos leilões (colombiana pode), para quê? Ao troco de quê? O que existe por trás disso tudo?
Pior ainda foi ver a declaração do presidente da República dizendo que não podia parar de vender terras na Amazônia para os gringos, pois o país precisa de divisas (para salvar Itaú, Unibanco e AIG? Para compensar os erros estratosféricos dos economistas de algumas empresas exportadoras de grande porte?).
O personagem principal do filme tem o nome de Linda. Podemos perguntar, quantas Lindas existem entre nós? Qual é o futuro de países cujos cidadãos se dispõem a vender tudo, inclusive a si próprios, para poderem fazer cirurgias plásticas, consumir coisas que precisam de cursos para serem entendidas, mostrarem-se melhores em alguma coisa, já que lhes falta o principal, caráter, cidadania, amor à pátria?


João Carlos Cascaes

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Blumenau ainda precisa de alimentos e produtos de higiene pessoal

http://associacaodosamigosdeblumenau.blogspot.com


Cascaes,
O Jaime é reporter e trabalha na Prefeitura de Blumenau.
Abs
Borges
----- Original Message -----
From: Jaime Avendano
To: borges@onda.com.br
Sent: Thursday, December 04, 2008 4:59 PM
Subject: Blumenau precisa de doações

Blumenau ainda precisa de alimentos e produtos de higiene pessoal

A Prefeitura de Blumenau informa que o município ainda precisa de doações e tem lugar para estocar os produtos que chegam ao setor 3 da Vila Germânica ou à Pró-Família. A Central de Abastecimento, no momento, tem quantidades suficientes de roupas e colchões, mas precisa urgentemente de alimentos não perecíveis, principalmente para crianças - como leite NAN, Mucilon e achocolatados - e produtos de higiene pessoal, como fraldas descartáveis e absorventes.


Para doar alimentos não perecíveis (Leite, alimentação infantil, entre outros).
Produtos de higiene pessoal (absorventes, fraldas descartáveis infantis e geriátricas, entre outros):


Fundação Pró-Família (Pequenas Doações)
Rua Itapiranga, 368
Bairro Velha - CEP 89036-230
Fone: 55 (47) 3326-6972

Parque Vila Germânica (Doações Volumosas)
Rua Alberto Stein, 199
Bairro Velha - CEP 89036-200
Fone: 55 (47) 9976-0284



Repórter: Jaime Avendano FONE (47) (3326 6995/9968 9713)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Engenharia pelo menor preço

Engenharia pelo menor preço

Estamos vendo no Brasil, entre outras coisas, os efeitos da Lei Federal 8666 de 21 de junho de 1993, que regulamentou o inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal.
Simplesmente não podemos mais confiar em nada. Qualquer grande obra, de alguma forma submetida a esta legislação, começa com probabilidades elevadas de frustração, quando não de acidentes absurdos.
A lógica da regulamentação dessa Lei espraiou-se pela Engenharia. No rigor da vigilância abandonou-se a qualidade a favor da aceitação de julgamentos implacáveis em cima dos responsáveis pelos projetos.
Qualidade tem preço, como medir o valor de um bom consultor, projetista, de qualquer profissional ou empreiteira?
Seria o caso de se perguntar ao cidadão comum se ele gostaria de viajar em algum avião onde a tripulação tivesse sido selecionada pelo menor salário possível, se ele aceitaria ser operado pelo cirurgião mais barato da cidade, se a comida que ele come deve ser selecionada pelo menor preço, se ele faz questão de usar o carro mais barato da praça, morar no prédio construído com o menor custo declarado etc.
O que não aceitamos em nosso dia a dia é aplicado em obras gigantescas, capazes de pulverizar regiões inteiras. Agora falam em retomar o Programa Nuclear no Brasil, nessas condições será loucura total. Alguém aceitaria morar perto de uma usina nuclear feita escolhendo-se reatores, máquinas e instrumentos mais baratos possíveis? Construir sua casa ao pé de uma grande barragem em construção? Viver ao lado dos trilhos de um trem bala brasileiro?
O desafio de contratar em grandes empresas passa por triagens do pessoal de recursos humanos e vai avançando à medida que a responsabilidade do funcionário (colaborador como eufemisticamente gostam de dizer) aumenta. Empresas contratantes e contratadas enfrentam os limites de orçamentos definidos em reuniões de alto nível entre pessoas nem sempre competentes (vide crise econômica mundial e outras mazelas de nosso mundo capitalista, estatal etc.). Em alguns níveis, os famosos cargos de confiança, as leis não valem, aí, entretanto, a história é outra. Não bastasse tudo isso existe no Brasil uma legislação que foi criada na visão absolutamente simplista de legisladores distantes de nossa realidade.
Gente que nunca tomou decisões dentro de instalações prestes a explodir, faltando um simples pulso para se desmancharem, passou a julgar projetos e técnicos de grandes empresas...
A tragédia de SC com direito a explosão de gasoduto, desmoronamentos (até casa de ex-prefeito de Blumenau se desmanchou, castigo?), inundações imprevistas, imobilização e desmanche parcial de uma região produtora e de grande valor para a nação é um caso de polícia. É cedo para procurar culpados, é hora de salvar flagelados, o perigo é perdermos indícios materiais da falta de competência de muita gente que de uma forma ou de outra levou o Vale do Itajaí a esse desastre.
Devemos e podemos, nesse cenário brutal, procurar as causas primeiras, a origem de tudo.
O que podemos afirmar, tendo nascido com o pé dentro da água do Rio Itajaí Açu, freqüentado boas universidades e tido cargos que exigiam muito tecnicamente é que notamos, ao longo desses anos, o declínio do respeito ao engenheiro e a hiper-valorização de critérios financeiros na contratação de serviços e execução de obras. Na Copel, por exemplo, éramos obrigados a investir muito em fiscalização para compensar serviços feitos “pelo menor preço”. De uma forma ou de outra se transferia para a contratante (Copel) a responsabilidade da qualidade, pois a perda por lucro cessante era muitíssimo maior do que o valor que se poderia discutir em travamentos de contratos.
Carecemos de lideranças na área de Engenharia.
No Setor Elétrico, desde a morte de Aureliano Chaves não descobrimos ninguém capaz de enfrentar politicamente os teóricos de outros diplomas e funções. O resultado é uma sucessão de desastres e protelamentos de obras impressionantes e terríveis.
Engenharia? Não conseguimos soltar nem foguetinho em Alcântara. Túnel desabando só é notícia em São Paulo porque é lá que essas obras estão acontecendo. Os desastres da TAM, GOL e outras são inenarráveis. Pior ainda, vimos a explosão simplesmente inaceitável de um gasoduto em SC. Por quê?
No Brasil temos CREA, sindicatos, institutos de Engenharia etc. Será que essas entidades saberiam colocar essas questões? Têm gente disposta a lutar pela reversão desse quadro? Ou lá vamos encontrar poetas e oportunistas? Está na moda falar de meio ambiente, e nossas usinas, estradas, aeroportos, ferrovias, portos, gasodutos, saneamento básico e etc. e cidades que precisam urgentemente de máxima competência para não se transformarem em pesadelos incríveis?
Todos falam em planejamento, é mais fácil, e a concepção, especificação, escolha da melhor opção, a fabricação, operação, manutenção, as normas técnicas, os cálculos de riscos e custos, o gerenciamento dessas obras serão, estão sendo adequados?
Dentro de dois anos teremos eleições para o legislativo estadual e federal. Teremos lideranças empolgantes e competentes?
O Brasil nunca precisou tanto quanto agora de bons engenheiros, gente não só capaz de construir, manter, operar, recomendar, idealizar obras quanto em cativar e conquistar mudanças em nossa legislação, tão simplória quanto perigosa ao povo brasileiro.

Cascaes
2.12.2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

SC - exemplo para o texto: Engenharia ou Demagogia

Engenharia ou Demagogia

A tragédia de SC apenas vem juntar-se a muitas que diariamente matam ou impedem a evolução da vida de milhões de brasileiros. Obviamente a natureza é violenta, implacável, antiecológica. Mata, rebenta, muda, destrói o que estiver no caminho de suas mudanças nem sempre previsíveis. Podemos, entretanto, com o apoio de bons profissionais, evitar muita coisa. Com certeza o que vimos acontecer no sul do Brasil teria tido conseqüências menores se os temas prevenção, defesa civil e gerenciamento enérgico de ocupação de espaços fosse regra em nosso Brasil romântico e irresponsável.
Minha vida profissional me permite dizer e ver angustiado, por exemplo, o que representa em destruição a não duplicação de rodovias por efeito de leis mal construídas e pessimamente aplicadas. Assim índios importados e periquitos acabam impedindo soluções mais do que necessárias. Por estatística podemos calcular o número provável de mortos em acidentes em qualquer estrada. Com certeza a carnificina [é muito maior do que a natureza nos impôs em Santa Catarina neste mês de novembro, continuando sem previsão segura de conclusão.
No Vale do Itajaí temos história (e não estória) para tudo. As barragens do Vale para contenção de cheias chegaram a ficar sem operadores durante mais de um ano porque extinguiram a repartição (DNOS) que as construíra. Tivemos que alertar o prefeito de Blumenau (Décio Lima, no início de sua gestão) para que ele acionasse governador e presidente da República para lhes dizer que aquelas barragens seriam extremamente perigosas se abandonadas. Alguns anos mais tarde ainda descobriram índios vandalizando as instalações de comando e as autoridades paralisadas por efeito da inimputabilidade e intocabilidade desses brasileiros...
O projeto JICA, desenvolvido com o apoio do governo japonês, com certeza teria evitado muita coisa, até porque reforçaria a preocupação com a drenagem do vale na sua área de menor altitude, a partir de Blumenau. Mais uma vez xiitas do meio ambiente e conveniências mesquinhas impediram a implementação desse benefício, assim como de duas outras barragens que já deveriam existir. Com certeza um trabalho dessa envergadura não é suficiente e precisa de complementações. Infelizmente, defendendo ações menores destruíram a melhor intervenção.
Aqui vale perguntar para quem pretende combater obras dessa espécie se, estando presos ao fundo de uma piscina com água beirando o queixo arrogante deles, um metro a mais ou menos de água seria desprezível. Essa foi a lógica maior utilizada pelos inimigos daquele belíssimo projeto (apoiado pela JICA) abandonado pelos nossos governantes, intimidados por más lideranças do Vale do Itajaí.
Obviamente não existe projeto grande, pequeno ou médio que não crie impactos ambientais. Fosse essa uma preocupação real de nossos cidadãos, eles evitariam ao máximo a utilização do transporte motorizado, não teriam imóveis de lazer em qualquer lugar, evitariam o consumo de bebidas que não fossem essenciais, enfim, procurariam uma maneira de ser semelhante a dos monges que se isolam da vida. A farsa do discurso incomoda.
Temos gente sofrendo, morrendo, catando lixo para sobreviver, morando em barracos infectos, tudo isso e muito mais por efeito de lógicas de gerenciamento incompreensíveis ou inexistentes.
Leis não faltam, para quê? É melhor parar por aqui...
O estado de Santa Catarina vai brecar, ter uma travada em seu desenvolvimento. Lá como em todo o Brasil faltaram governo, lideranças civis, participação e boa engenharia. O preço é elevadíssimo.
Será que em algum dia aprenderemos a criar um país sadio, inteligente e justo?

João Carlos Cascaes
Curitiba, 26.11.2008

É hora de falar de Santa Catarina e Blumenau

Euclésio,
Obrigado pelo apoio. Estou direcionando o meu apoio a Blumenau por ter nascido e ainda ter muitos primos morando lá. Nesta ação conhecemos tanto as pessoas que estão transportando como as que estão recebendo dando-nos uma garantia da entrega aos mais necessitados. Infelizmente nestas tragédias existem pessoas que acabam desviando doações por isso o nosso cuidado.
Alguns anos atrás junto com o Cascaes montamos a AAB-Associação dos Amigos de Blumenau. Vamos reestruturá-la para um trabalho social e técnico que pretendemos fazer agora para os próximos anos. Blumenau vai demorar a se reerguer, infelizmente. Precisamos fazer debates sobre o episódio para evitar a repetição de tantas mortes. Contamos com você e gostaríamos de convidá-lo a participar da AAB.
Abraços
Borges
Estou copiando ao Cascaes solicitando a ele que inclua seu texto no BLOG da AAB

----- Original Message -----
From: Euclesio Manoel Finatti
To: Antonio Borges dos Reis
Sent: Sunday, November 30, 2008 11:15 PM
Subject: Caminhões da SLAVIERO seguindo à Blumenau carregados de amor dos Curitibanos

Borges

Tenho procurado fazer nossa parte também. Além da entrega de alimentos e roupas, temos também amigos que sem se identificar estão fazendo o que podem. Outros, em função do e-mail que mandei, trouxeram ou levaram até o corpo de bombeiros suas doacões. Achei muito legal, pois logo após eu soltar o e-mail, já estava recebendo ligações ou e-amils de gente querendo ajudar. Isto é muito bom para podermos se voltar para algo que é verdadeiramente importante: a relação entre os seres humanos; não devemos nunca desanimar, sempre procurar estar crescento como ser humano. Esta é, sem dúvida, uma grande oportunidade para este crescimento pessoal.

Abração e de novo, devo dizer, me orgulho de estar entre seus amigos.

Euclesio
----- Original Message -----
From: Antonio Borges dos Reis
To: Undisclosed-Recipient:;
Sent: Sunday, November 30, 2008 11:51 PM
Subject: [SPAM] Caminhões da SLAVIERO seguindo à Blumenau carregados de amor dos Curitibanos


Obrigado a todos que estão ajudando nossos conterrâneos de Blumenau
O Caricaturista Ivan foi muito feliz ao fazer este desenho demonstrando toda a solidariedade demonstrada aos catarinenses.
Lembro que a SLAVIERO vai continuar com esta campanha recebendo as doações em sua lojas na Av. Iguaçú 633 ( 3025 3604 Julia ou Kelen) e na BR 476, KM 103,5 número 15.625 ( 7811 7063 Alvimar ) próximo ao viaduto do Xaxim.
O transporte através de uma empresa como a SLAVIERO e o recebimento em Blumenau sob responsabilidade do Secretário de Educação Dr. Maurici Nascimento nos dão a garantia de que tudo o que enviarmos será realmente entregue aos mais necessitados.
Vamos continuar mobilizados lembrando do natal das milhares de crianças que vão passá-lo em abrigos doando também brinquedos para ajudar a minorar o sofrimento das mesmas.
Vamos reforçar o envio de água mineral, alimentos não perecíveis, material de higiene pessoal e de limpeza.
Pessoas infelizmente continuam morrendo vítimas de desmoronamentos. Esta é uma tragédia que parece não ter fim.
Vamos continuar fazendo a nossa parte e orando a Deus para que o sol volte a brilhar na região.

No site abaixo vocês poderão conhecer um pouco mais da demonstração de amor dos curitibanos pelos blumenauenses.
http://associacaodosamigosdeblumenau.blogspot.com/

Abraços

Antonio Borges dos Reis

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O deficiente auditivo

O deficiente ausente
Participando de fóruns, seminários, debates, cursos etc. aos poucos vamos percebendo a ausência da pessoa deficiente auditiva.
Obviamente, até em decorrência do conceito “normal” a maioria das pessoas é ouvinte e bem dotada da faculdade de escutar. Existe, contudo, uma gama enorme de restrições de audição afetando muita gente. O deficiente auditivo não carrega marcas visíveis de sua redução sensorial, exceto quando utiliza aparelho de surdez, algo muito discreto e caro. O resultado é a falta de atenção para um problema seriíssimo que aflige uma parte significativa da nossa sociedade.
Em muitos países a surdez foi motivo de ações espetaculares, marcantes. Nos EUA, país que muitos gostam de considerar como ruim, pernicioso, há mais de um século uma universidade é dedicada às pessoas com deficiência auditiva profunda. A Gallaudet University (http://www.gallaudet.edu/ ), criada em 1856 por Amos Kendall, obteve do Congresso Nacional dos EUA, em 1864 o direito de conferir a seus alunos em fim de curso o “college degree”, nosso primeiro nível superior, decisão transformada em lei pelo presidente Abraham Lincoln. Seus primeiros 3 formandos receberam diploma assinados pelo presidente norte americano Ulisses S. Grant, ato que se transformou em tradição dos EUA.
E no Brasil?
Aqui temos belas histórias, mas poucos resultados. Graças a teses e conveniências pessoais de líderes eventuais muito esforço foi desperdiçado em questões de método, conceito etc., coisa típica de brasileiro, sempre desperdiçando oportunidades e valorizando verborragia e vedetismos. Do ponto de vista legal avançamos, talvez mais por efeito da “onda” a favor das pessoas deficientes (é feio usar outras denominações...). Agora temos leis e o Brasil assinou protocolos, acordos, cartas e outras coisas tão ao gosto daqueles que participam de congressos, seminários e coisas assim. Por bem ou por mal temos uma legislação. E os surdos? Para eles o MEC, por exemplo, criou um roteiro impossível. Talvez no terceiro milênio da era cristã tenhamos um cenário razoavelmente eficaz a favor dos surdos em nossas universidades.
A deficiência auditiva não se limita às pessoas tidas e havidas nessa condição. O aumento da expectativa de vida está mostrando uma população com dificuldades de audição que era simplesmente ignorada. No mundo inteiro pode-se sentir a falta de educação e recursos no tratamento das pessoas idosas, o grau de desatenção, entretanto, varia muito de lugar a lugar.
Não termos atuação política eficaz a favor dos idosos leva a padrões de urbanismo, de construção, de sinalização e comunicação precários, gerando toda sorte de constrangimento e riscos à pessoa com idade avançada.
Felizmente os computadores, software, a ciência de modo geral evoluem e agora podemos afirmar que existe solução para qualquer problema nessa área. A questão é, temos pesquisadores, projetos e empresários dedicados às pessoas deficientes?
Para os deficientes físicos já podemos ver muita coisa, e para os surdos, por exemplo, existe algo além dos tradicionais e muito caros aparelhos de surdez?
Temos muito pouco, talvez pela ausência do surdo de quase todos os cenários de discussão de seus problemas. Talvez em Brasília, cidade com altíssimo padrão de renda (funcionários federais, estaduais e municipais mais do que privilegiados), capital federal, tenhamos um contingente de ativistas junto aos nossos legisladores e ao Poder Judiciário. Terão capacidade de refletir os problemas dos deficientes auditivos das pequenas cidades brasileiras? Das metrópoles distantes e mais sintonizadas com a nossa realidade?
Talvez pela omissão dos próprios surdos e idosos deficientes auditivos estejamos tão mal nessa área. De qualquer modo, precisamos, com urgência, fazer algo mais. Estamos pelo menos um século atrasados em relação aos países mais educados e atentos aos problemas dos deficientes. Há muito a mudar em nossa pátria amada, salve, salve.

João Carlos Cascaes
Curitiba, 14 de novembro de 2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Audiovideo livro é um novo recurso tecnológico capaz de armazenar material educativo

AudioVideo livro: um novo instumento à disposição da Educação e da Cultura

O que é ?
O Audiovideo livro é um novo recurso tecnológico capaz de armazenar material educativo sobre a forma de texto, sons , imagens e vídeos. Representa sobre o container livro ou revista impressa a evolução da forma de armazenamento e visualização da informação educacional, com capacidade substancialmente ampliada , propiciando interação ampla com o estudante/professor ainda não propiciada pelo armazenamento tradicional .
Diferenciação ou evolução de um mesmo instrumento?
A diferenciação , ou ainda melhor, a evolução sobre o aspecto de armazenagem de conteúdo acontece de forma contemporânea: a tinta e o papel são substituídos pelo conteúdo digital armazenado em semicondutores que apresentam ao estudante a informação através da tela de cristal líquido e altofalantes. Não existe mais utilização de papel ou tinta, é ecologicamente amplo do ponto de vista ambiental e economicamente vantajoso pela possibilidade de reutilização sobre o método de impressão tradicional .
Considerando a reutilização do aparelho, o qual é praticamente infinita se respeitada a prática da boa utilização, poderíamos dizer que para cada material de vídeo e texto guardado em um único videolivro, teríamos o equivalente a preservação de uma floresta de dimensões significativas: para cada livro impresso são necessárias 25 árvores. Um único aparelho de 8 GB é capaz de armazenar dezenas e até centenas de livros de maneira eletrônica, além de vídeos suporte ou videoaulas.
Portabilidade ampla, flexibilidade de uso, a qualquer tempo , em qualquer lugar. Mais possibilidades de acesso ao material educativo à população, incremento de inclusão social através da formação educacional. Maiores e melhores recursos para educar e informar.Melhor plataforma de criação de material educacional para escolas, universidades ,editoras e professores.
Todo audiovideo livro é um livro, mas nem todo livro é um audiovideo livro. O audiovideo livro é capaz de reproduzir videoaulas, sons além das imagens e texto. O livro necessita ser reciclado novamente na indústria de celulose para conter nova informação, custos imensos para uma utilização menor e mais restrita da mesma informação, enquanto o áudiovídeo livro necessita apenas de nova recarga de dados.
Pela sua versatilidade e facilidade de manuseio, atenderá também a classe de estudantes com deficiência audiovisual, através de conteúdo especial destinado a este segmento. Para tanto, pequenos ajustes na parte de software do aparelho são feitas, dispensando elevadas , caras e raras produções impressas destinadas a estes estudantes ou estudiosos.

No ensino , cada vez é maior a participação das aulas não-presenciais no contexto dos cursos. A Educação cada vez mais migra para a motivação intrínseca no cenário de “ como aprender”.Neste contexto solo de cada um , a participação da tecnologia é mais e mais presente. Some-se a isto o fato que a escala traz qualidade e economia para o estudante , visto o exemplo dos EADs no Brasil, onde os custos são mais acessíveis à população e as vídeo aulas trazem a oportunidade de aprender com os mais renomados e preparados mestres
.Antes de reforçar outro aspecto importante, nos baseamos em algumas referências abaixo :
Definição de livro http://pt.wikipedia.org/wiki/Livro
Definição de livro digital http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Livro_digital&action=edit
Outra premissa importante:
Livro = conteúdo( informação que será impressa nas páginas) + paginas de papel
Audiovideo livro= conteúdo + circuito eletrônico
Desta forma : Livro educacional = conteúdo educacional+ páginas de papel
Audiovideo livro = conteúdo educacional + circuito eletrônico
O audiovideo livro é destinado primeira e exclusivamente a armazenar e reproduzir conteúdo educacional, de forma a assegurar sua utilização distinta . Ele é produzido e carregado com material educativo proveniente de instituições devidamente credenciadas tais como escolas, editoras e universidades brasileiras. Na sequência , poderá ser aberto totalmente ao mercado cultural e de treinamento. O livro , por outro lado, atende tanto o mercado educacional como o genérico, os quais muitas vezes , nada tem a ver com informação de valia.
O audiovideo livro , tal como um livro já impresso, não permite mudança de seu conteúdo ou mesmo cópia da informação, protegendo os direitos autorais inseridos . Considerando sua finalidade educacional , não é permitida alteração do conteúdo digital, tal como acontece na reprodução de mídia comum ou para entretenimento. Ele é um reprodutor de material educacional exclusivamente, servindo como instrumentação de apoio ao material de ensino destinado ao estudante.
Circulação dirigida: o aparelho é fornecido para instituições credenciadas e editoras ligadas ao ensino e devidamente credenciadas , não sendo fornecido a pessoa física ou pessoa jurídica de natureza diferente. Estas instituições credenciadas fazem a distribuição a seus alunos e estudantes.
O carregamento do material digital a ser inserido é feito pelo fornecedor , mediante solicitação da instituição. Para tal , o fornecedor receberá os arquivos e carregará os aparelhos solicitados. Cada aparelho possui número de série único, de modo que possam ser identificados os lotes , material inserido e o adquirente.O fornecedor coloca a disposição dos órgãos competentes seu estoque de peças, importações realizadas e adquirentes finais, de forma a garantir o direcionamento do produto ao mercado alvo, no caso, educacional . Produto com controle da origem e destinação final.

Características técnicas principais:
O aparelho é composto na sua forma básica:
Software:
Firmware ( programa controlador) : programa que controla as funções do aparelho , como teclado, funções internas, tela , interface gráfica >>>produção nacional da Quality Tecnologia
Material de ensino ( conteúdo): produção nacional e/ou licenciada para instituições de ensino e editoras credenciadas no Brasil.
Hardware: aparelho para reprodução do material digital de ensino.Produzido e importado pelo fornecedor Quality Tecnologia , subdivisão Quality Importadora Ltda.

Características do hardware:
Aparelho eletrônico portátil, dotado de tela de visualização de cristal líquido (LCD TFT) de com tamanho mínimo de 2,5 polegadas e resolução de 320x240 pixels, com ou sem conectores de entrada e saída de áudio e vídeo (NTSC/PAL), conector para fones de ouvido, conector para cartão de memória de expansão, porta USB para alimentação de energia e não de dados, microfone e alto-falante embutidos, próprio para reproduzir material de ensino como imagens de vídeo no formato (MPEG-4) , 3GP ou Vídeo Flash, reproduzir imagens fotográficas no formato BMP e JPEG, reproduzir texto eletrônico, reproduzir sons (MP3, WMA, WAV) , com memória interna mínima de 4GB , 8GB e 16GB (8GB através do slot para cartão de memória) , mas incapaz de receber sinais de televisão, apresentado em embalagem contendo os acessórios manual , fones de ouvido, cabo USB para alimentação, cabo de áudio/vídeo e carregador da bateria, inscrição na parte frontal ou traseira AUDIOVIDEO LIVRO, VIDEOLIVRO ou VIDEOBOOK com número de série gravado e único no corpo metálico da tampa traseira.


Questões:
1) Este aparelho é a mesma coisa que um chamado MP4 ou MP3 ( ou ainda PMP ) encontrado no mercado?
Não. O aparelho usa a tecnologia de compressão de vídeo e áudio do tipo MPEG 4 e MP3 , os quais são decodificadores de vídeo próprios para aparelhos de pequeno porte.. No tocante a parte externa , a chamada “carcaça” e “botões” de comando com funções de MENU, para frente, para trás e volume são semelhantes pois os comandos são idênticos nestes tipos de aparelho para execução de mídia digital e o preço deste material é barato pela larga produção existente no mundo, portanto opção adotado pelo baixo custo. Adotamos um formato inicial de carcaça externa que fornece algum amparo de marketing, mas não necessáriamente será esta apresentação. As semelhanças acabam aí.
Os aparelhos encontrados no mercado são destinados ao mercado de entretenimento em sua maioria, não possuem circulação dirigida, não tem proteção dos direitos autorais, podem ser carregados e descarregados livremente com relação ao material digital nele contido pelo usuário final , não há como garantir a manutenção do material inserido em detrimento de outra finalidade, etc. Não há vínculo necessário com o segmento de educação ou cultura brasileiro.
2) Que tipo de analogia poderia ser feita para melhor entendimento ?
O Audiovideolivro é como um livro didático, ou seja , depois de produzido, o usuário final ( estudante) pode ler, ouvir e ver o material educativo contido , mas não pode modificá-lo , copiar ou apagar o que está dentro. Para tanto, somente a instituição educacional ou editora poderá fazê-lo mediante recebimento do aparelho do aluno , envio do aparelho ao fornecedor e solicitação de nova inserção de material.Seria equivalente a fornecer um novo livro, ou ainda , enviar para a reciclagem industrial, receber novas páginas de papel em branco e depois enviar a editora para imprimir um novo livro.
3) Existe alguma proteção do conteúdo?
O aparelho é fornecido com criptografia própria , com seu conteúdo resquardado contra cópia não autorizada, pirataria ou clonagem. Os direitos autorais inseridos são protegidos , sendo adequado a distribuição de mídia em ampla escala tal como um livro ou DVD.
4) Já existe alguma ações nesta direção?
No ensino à distância , o qual carece de mais recursos tecnológicos complementares para melhor aparelhar o aprendizado do aluno, já temos algumas escolas adotando o de forma independente e informal o videolivro. São em média aparelhos com 60 a 140 horas de videoaulas e com textos equivalentes a mais 20 livros. O IESDE de Curitiba está adotando para cursos de graduação e alguns de pós graduação a partir de 2009.

5) Quem fábrica este equipamento?
Este equipamento é produzido no Brasil com exclusividade pela Quality Tecnologia , uma subdivisão da Quality Importadora Ltda, empresa nacional , com sede em Curitiba, Paraná.
WWW.QUALITYIMPORTADORA.COM.BR

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Uma surpresa tecnológica

Visitando a EXPOTALENTOS 2008 - Feira de Estágios e Profissões (http://www.ielpr.org.br/expotalentos/ ) promovida pelo Sistema FIEP, por meio do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/PR, feira que , entre outras coisas visa abordar as inovações nos métodos de educação e ferramentas de trabalho e estimular o diálogo permanente sobre a formação de talentos para o desenvolvimento sustentável, descobrimos uma empresa curitibana cujos produtos se encaixam perfeitamente em nossa proposta de novos padrões de transmissão de conhecimentos.
Com imensa satisfação vimos o “Quality Videolivro”, um ebook incrementado e de baixo custo, brasileiro, feito aqui, portanto passível de aprimoramentos, capaz de levar a biblioteca inteira de livros técnicos que um profissional precisa em suas atividades, que dá ao estudante uma prateleira onde poderá colocar todos os livros e apostilhas de seu curso, que viabiliza a utilização da literatura necessária e suficiente às atividades de qualquer profissional, desde que digitalizada e instalada naquela caixinha denominada (com display e comandos) “Videolivro”.
Não dependendo da internet (exceto para a captura de textos em algum computador da escola, residência, empresa etc.) serve para pessoas que não tenham essa condição de comunicação, ou seja, qualquer pessoa de nosso imenso Brasil, viva onde viver.
A Feira termina hoje, a empresa Quality tem suas lojas em Curitiba (http://www.qualityav.com.br ) podendo e devendo ser visitada por aqueles executivos de nossas universidades, colégios e empresas que pretendem dar aos seus alunos e colaboradores materiais de estudo, de apoio didático e profissional.
Temos como produzir “livros”, TICs (vide http://imasters.uol.com.br/artigo/8278), de excelente qualidade; afinal, se reunirmos os mestres e doutores de todas as universidades paranaenses, encontraremos milhares de pessoas em condições de escrever alguma coisa produtiva nesse sentido.
Direitos autorais, técnicas de produção, para isso existem empresas no Paraná como a CBT – Computer Based Training (http://www.cbtbrasil.com.br/empresa.html), sediada na cidade de Curitiba, formada por profissionais com vasta experiência nas áreas de ensino, educação e comunicação, cujo objetivo principal é desenvolver materiais didáticos multimídia para o setor educacional e preparada para garantir direitos autorais e apoiar os autores (de qualquer escola, empresa e autônomos) dessa literatura na produção de material didático de boa qualidade.
Paralelamente ganhamos a Biblioteca Digital do Sistema FIEP [(http://www.fiepr.org.br/bibliotecadigital/) onde temos janelas (links) para o mundo cultural], livraria esta que apresenta, sem custos para o navegador e estudante, seu primeiro livro, feito pelo presidente da FIEP, Dr. Rodrigo Costa da Rocha Loures, com tema e título mais do que atual “Educar e Inovar para a Sustentabilidade”. Com certeza esses livros oferecidos nessas condições poderão residir no espaço do videolivro, criação genial da Quality.
Parabéns ao povo paranaense que mostra, assim, sua determinação em progredir, crescer e construir um mundo melhor.

João Carlos Cascaes
Curitiba, 6 de novembro de 2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Escola Vivian Marçal – um exemplo curitibano

Visitando a Escola Especial Vivian Marçal em 3 de novembro deste ano, pudemos aprender muito, muito além do que imaginávamos. No blog http://osamigosdaescola.blogspot.com/ mostramos em fotografias, filmes e com estes e outros comentários (a serem feitos no blog) nossa experiência e reflexões após uma tarde tão rica em aprendizados sobre a natureza humana.
Essa ONG, sobrevivendo graças a convênios, doações e serviços voluntários é um exemplo que o povo de Curitiba oferece de dedicação às pessoas deficientes. Instalada na capital do Estado do Paraná, cidade que pretende ser modelar, tem desafios que, entretanto, persistem por absoluta falta de atenção de nossas autoridades. As dificuldades de acesso, os perigos a que seus alunos, mestres e pais das crianças, que lá se desenvolvem, se expõem para chegar ao local são uma demonstração clamorosa da falta de criatividade de nossos planejadores e gerentes no transporte coletivo urbano. Culpá-los, contudo, é uma questão de força de expressão, pois cumprem ordens. As prioridades são definidas pelos eleitos.
Compete aos nossos vereadores, deputados, prefeito e governador assumirem energicamente atitudes a favor das pessoas deficientes ou, simplesmente, continuar a empurrar com a barriga decisões e ações mais do que necessárias à vida das pessoas deficientes. Provavelmente, por inação social tenham se aplicado em outros objetivos, deixando para segundo plano as prioridades das pessoas deficientes (deficientes físicos, mentais, sensoriais etc.).
Além dos problemas viários, a Escola Vivian Marçal precisa dobrar sua capacidade de atendimento. A sede da escola se encontra num terreno enorme, mal aproveitado, com muitas opções de ocupação.
A fila de espera é grande, mostrando que muitas famílias curitibanas vivem a angústia de descobrir um lugar para os seus filhos. Por que essa fila? A qualidade do atendimento é um atrativo forte além da ausência de escolas nessas condições de acolhimento.
Querer dar aos seus filhos o melhor atendimento possível é algo justo e característico de bons pais. A Escola de Educação Especial Vivian Marçal, localizada à Rua Mamoré, 1090, bairro Mercês, Curitiba, telefone 3335 3938, utiliza recursos geniais com pessoas que optaram por atender com muito carinho e competência crianças com deficiências graves.
Lá dentro, graças ao apoio de alguns especialistas (mestres e técnicos pertencentes à UTFPR, antigo CEFET) extremamente atentos às necessidades daquelas crianças e jovens, são utilizados diversos sistemas de apoio aos professores e alunos, viabilizando trabalhos que fazem da Vivian Marçal uma referência nacional.
Esperam um empreendedor que se disponha a fazer uma parceria com eles. O que existe lá merece ser industrializado, distribuído entre outros lugares semelhantes de nossa terra, onde, com certeza, muitas crianças sofrem o pesadelo de erros médicos, danos por uso de medicamentos inadequados, acidentes, principalmente de trânsito, tudo isso além de outras causas de lesão às crianças.
Merece destaque a importância da internet para as crianças e adultos com deficiência, fato destacado pela professora Sueli (diretora) que nos atendeu. A web deu às pessoas deficientes uma forma de comunicação e aprendizado sensacional, merecendo atenção dos educadores e acima de tudo das autoridades com responsabilidade e autoridade para conduzir nossos sistemas de ensino e educação.
Conversando com os gerentes da Vivian Marçal também descobrimos a falta de continuidade de iniciativas que poderiam ajudar muito, como, por exemplo, a contribuição em dinheiro através de contas de luz. A Copel se dispôs a ajudar há alguns anos, os resultados, contudo, foram ridículos.
Talvez necessitemos de algum espaço permanente de mídia em algum grande canal de telecomunicações. A população em geral precisa gastar um tempo de seu lazer conhecendo as escolas especiais existentes em nossa cidade. Esse contato, além de educar para maior carinho com as pessoas deficientes, poderá contribuir para comportamentos mais seguros e sadios. Muito do sofrimento que descobrimos em nossas visitas às escolas especiais deve-se à ignorância dos responsáveis por essas crianças assim como a atitudes irresponsáveis de pessoas que geraram os acidentes, que não mataram, mas demoliram vidas que poderiam ser infinitamente melhores.
Felizmente existem espaços, profissionais experientes, credibilidade e vontade de melhorar, de aprimorar a vida de todos, gente que acredita no direito universal das pessoas a uma existência digna, com segurança, conforto e respeito.
É sobre todos nós que reside essa responsabilidade, pois podemos e devemos trabalhar para o aprimoramento da vida de todos e do sentimento de cidadania e justiça em nossas comunidades.
A Escola Vivian Marçal precisa de nós.

João Carlos Cascaes
Curitiba, 4 de novembro de 2008.

sábado, 1 de novembro de 2008

Uma janela para a educação

Temos mais uma biblioteca eletrônica, excelente.
O endereço http://www.fiepr.org.br/bibliotecadigital/ no portal da Federação das Indústrias do Paraná, FIEP, é uma demonstração inequívoca de sua diretoria de que se preocupa objetivamente com a educação de nosso povo.
Ganhamos mais grande janela para a educação, mais ainda porque ali temos links criteriosamente selecionados para outras bibliotecas, possibilitando um acesso rápido a um acervo colossal espalhado pelo mundo inteiro.
O presidente da FIEP, Dr. Rodrigo Costa da Rocha Loures e seus diretores, com o apoio do sistema 3S, deu-nos uma ferramenta mais do que necessária para a universalização da cultura. Isso, graças ao potencial do mundo cibernético, é um sonho possível e de realização rápida, sem depender de leis e regras tão queridas dos nossos burocratas. No Paraná os melhores técnicos, pensadores, filósofos etc. poderão ver suas obras publicadas sem os enormes custos (para quem não é rico) de edição. Mais ainda, com as oportunidades criadas, explorar ao máximo o potencial da mídia, incrivelmente enriquecida por ferramentas do tipo youtube, slidebom, álbuns de fotografias etc. Ou seja, o “livro” no meio cibernético é dinâmico, rico em sons e imagens, passível de recursos de acessibilidade a pessoas deficientes, atualizável sem grandes dificuldades, distribuição praticamente instantânea, com tudo para poder atingir qualquer lugar do planeta em poucos segundos na forma mais conveniente às pessoas carentes de informações, de lições, de instruções, de cultura, enfim.
Sabemos das barreiras que nossos amigos da FIEP precisaram vencer para esse trabalho. Os Drs. Pedro Carlos Carmona Gallego e Roberto De Fino Bentes trabalharam muito para que a determinação do presidente da FIEP se tornasse uma realidade. Felizmente quando a inteligência, a coragem, a determinação, a competência, enfim, existem nos ombros de pessoas certas no lugar certo e na hora certa as coisas acontecem.
Parabéns à FIEP e aos seus diretores e profissionais, ganhamos mais uma ponte para o futuro.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Portal genial, bem feito, excelente

http://www.sabercultural.com/


Prezados amigos

Vejam o portal indicado pelo mano Pucci.
EXCELENTE!
Fico pensando, vendo isso, sobre o desperdício da internet.
Ela pode o que esse portal mostra e muito mais.
Infelizmente o corporativismo cínico de líderes cooptados por interesses pessoais e de grupos organizados trava a utilização de forma mais inteligente da web no Brasil .
A omissão preguiçosa faz o resto.
Nós podemos mudar isso.
Nosso povo mais humilde não tem dinheiro nem patrocinadores para visitar museus, freqüentar escolas de primeira linha, comprar livros de luxo, ainda que didáticos. Quem tem algum poder, contudo, poderá fazer algo semelhante a quem idealizou e viabilizou o portal indicado pelo Dr. Pucci. Precisamos desses bons empreendedores.

Abraços

Cascaes
29.10.2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

26 DE SETEMBRO - DIA NACIONAL DO SURDO

26 de setembro: Dia Nacional do Surdo

Crédito: Divulgação
Senado aprova projeto de lei que institui a celebração anual da data
Dados do Censo realizado em 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que existem no Brasil cerca de 4 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Na busca de valorizar e melhorar a participação dessa parcela da sociedade, foi aprovado nesta quarta-feira (08/10), no Plenário do Senado, o PLC Nº12/2007, que institui a celebração anual no dia 26 de setembro do Dia Nacional do Surdo.O Senador Flávio Arns, relator da matéria na Comissão de Educação, destaca que iniciativas como esta, de mobilização social, são fundamentais para a necessidade de conscientização, reconhecimento e inclusão das pessoas surdas no Brasil.“É cada vez maior o número de pessoas com deficiência estudando, trabalhando e em plena atividade nas mais diversas áreas. Defendo que é fundamental criarmos mecanismos que introduzam na sociedade um momento para avaliarmos os avanços e os desafios que devemos enfrentar”, comemorou o Senador Flávio Arns.A escolha da data foi em virtude da inauguração, em 1857, da primeira escola para surdos no Brasil, com nome de Instituto dos Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), vinculado ao Ministério da Educação.O projeto de iniciativa do Deputado Eduardo Barbosa aguarda agora sanção presidencial para ser efetivado como lei.Fonte: Assessoria de Imprensa - Senador Flávio Arns (PT-PR)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

REATECH

O desespero de um pai deficiente

O desespero de um pai deficiente

Deus é um grande educador. Ele nos ensina e acima de tudo nos dá desafios que precisamos entender. Deus não nos ensina para o prazer da cultura, mas para que façamos algo, para que realizemos alguma de suas vontades.
Damos à figura do Criador qualidades humanas. Temos o hábito de imaginar um ser superior muito parecido conosco. É uma visão pretensiosa, egocêntrica; é, apesar disso, a que conseguimos construir.
Nascemos, crescemos, vivemos e envelhecemos. Para quê? Existirá no Universo alguma vontade ética? Moral?
Devemos acreditar que temos missões, que a vida significa criar, produzir, fazer algo. E a missão que tivermos será, talvez, proporcional à que o Grande Arquiteto terá planejado para nós.
Nossas tarefas podem vir de diversas formas. Alguns têm poderes, outros mostram necessidades...
Ser pai de uma criança com necessidades especiais é um desafio monumental. O sofrimento é indescritível. A esperança, contudo, é a força que leva qualquer pai ou mãe à luta. No mínimo a vontade de ver seu filho ou filha amado, respeitado leva-nos a insistir em sua formação universal, profissional. Não raro nos defrontamos com situações estranhas, kafkianas. Ver nossos filhos expostos à vontade de pessoas nem sempre bem educadas é um suplício. Nada é mais triste do que a incompreensão, a frieza de certos indivíduos que sabemos poderem fazer muito, mas que se limitam a ações de conveniência pessoal, a metas corporativas, a vontades pequenas que nem merecem ser descritas.
Deus sabe o que faz e nós simplesmente servimos de objeto de sua vontade, mas que seria isso?
Todas as explicações éticas e materiais existem a favor daqueles que agridem nossos filhos, afinal, como eles entenderão a magnitude do desespero que domina nossas mentes? São pessoas que ganharam saúde, que não têm outros defeitos além de qualidades morais fáceis de serem escondidas. Podem tranqüilamente viver e morrer em paz com suas pequenas consciências.
A deficiência é dos pais. Quem mandou gerarem filhos especiais? Por quê vêm incomodar os perfeitos?
A raiva ou o fatalismo serão caminhos que poderemos escolher. Poderemos ser simpáticos. Poderemos agradar. Poderemos aceitar as regras das corporações, dos chefes, de mestres, daqueles que governarem nossos filhos; e os outros?
Poderemos encontrar soluções específicas, e os outros?
Poderemos salvar um filho, e seus amigos?
Aos poucos vamos sentindo o peso de nossa tremenda deficiência. Não conseguimos vencer barreiras, perdemos para o primeiro burocrata de plantão.
Impõem-nos a resignação ou a tremenda raiva que nos coloca em posição quase assassina.
Quando chegamos ao desespero, tendo inspiração, ganhamos idéias. Os projetos, as propostas aparecem. Vamos, contudo, enfrentar as críticas, os desafios.
Poderemos ser ricos, poderosos e usar tudo o que tivermos para salvar nossos filhos, e os outros?
Felizmente o mundo evolui. Talvez regrida moralmente, mas a ciência cresce. Assim vamos ganhando a esperança de que a Matemática, a Física, a Biologia, a Informática, a Mecânica e outras ciências exatas, inexatas, materiais e biológicas resolvam o que a humanidade não corrige socialmente. Evoluímos num sentido e oscilamos noutro.
Nesse turbilhão de sentimentos um pai deficiente se perde, angustia-se, pode até destruir seu filho. Nesse mundo desumano e brutal é difícil achar simpatias e vontades reais de solução de problemas que existem, talvez, para testar a qualidade de nossa formação. A separação do joio do trigo é um desafio permanente...
O fundamental, entretanto, é encontrar um espaço para nossos filhos e com eles aprimorar o comportamento da sociedade como um todo, todos merecem serem respeitados, precisam de oportunidades para crescer. É lhes dar o que merecem, o que têm direito. A luta compensa, é justa e natural, é divina.

Cascaes
21.12.2006

Apresentação do LTDE

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A sustentabilidade e a literatura técnica digital didática

A sustentabilidade e a literatura técnica didática via internet, digital

Em 2 de outubro deste ano (2008) realizou-se reunião da Comissão de Educação da Rede Brasileira do Pacto Global em Curitiba. Nesse evento foi reapresentado trabalho da Fundação Dom Cabral e colocadas em discussão pelo seu coordenador, o Dr. Norman de Paula Arruda Filho, as atividades da Comissão, destacando-se a necessidade de ações eficazes junto a universidades e empresas a favor da sustentabilidade.
Ótimo, precisamos avançar de forma inteligente, racional e eficaz na promoção de novas tecnologias e comportamentos visando a superação dos riscos dos atuais padrões de consumo pela humanidade. A realização das Olimpíadas em Pequim, neste ano, foi uma oportunidade de visualização dramática da agressividade da poluição que ameaça a China, um país que se aventura pelos modelos ocidentais sem muitos cuidados em relação ao meio ambiente, afinal seus maiores problemas deslocam para um segundo plano desafios que poderá vencer quando atingir um nível de riqueza maior. A questão é, contudo, imaginar o que acontecerá a todos nós se esse tipo de comportamento for ampliado pelo desenvolvimento aleatório de outros países.
O comportamento dos norte americanos, não aceitando disciplinar usos e costumes perdulários, foi um desastre para a humanidade. Além do “crash” econômico criado pela própria incapacidade de se governarem, os Estados Unidos da América do Norte deram motivos para desatenção às questões ambientais.
De qualquer forma a visão e as atitudes que nossos ecochatos mais radicais colocaram trabalharam contra suas idéias, se é que as tinham. O radicalismo criou anticorpos que estão dificultando a compreensão de ações razoáveis e possíveis.
A poluição diminuiria em médio prazo, significativamente, se os bancos internacionais, por exemplo, criassem linhas de crédito substanciais e privilegiadas (a favor dos tomadores) a favor da reurbanização das cidades, viabilizando a remodelação e construção de calçadas (sim, calçadas, de que adiantam metrô e ônibus modernos se o pedestre não puder caminhar pela cidade?), sistemas de transporte coletivo, redistribuição de serviços públicos (escolas, hospitais, creches etc.) enfim, viabilizando o “não uso” do transporte individual e a “não necessidade” de deslocamentos. Muito poderia ser feito, mas vemos um volume colossal de discursos e, paralelamente, o crescimento da mídia em torno de automóveis, viagens, construções supérfluas etc. Aqui é bom lembrar a decisão da Revista Seleções quando, na década de cinqüenta do século passado, decidiu combater o tabagismo. Sua primeira ação foi desistir da riquíssima mídia em torno dos cigarros...
Podemos e devemos reeducar, acima de tudo.
Por que não incentivar de imediato a literatura em meio eletrônico? Por que não se criar portais (com mídia forte) concentrando livros técnicos didáticos para estudantes, professores e profissionais incorporando as teses conservacionistas, soluções a favor da sustentabilidade, de acessibilidade, dos 8 jeitos tão decantados de melhorar a humanidade?
Em poucos meses poderíamos oferecer milhares de títulos que certamente devem existir nas gavetas de inúmeros professores. Com algum apoio instrumental essa gente “desovaria” material didático de grande valor, considerando a competência que deve possuir. Só no Paraná, quantos professores universitários trabalham em suas universidades? Ou seja, em nosso estado milhares de pessoas estariam em condições de criar inúmeros projetos de “livros digitais”. A produção intelectual desses “livros” poderia ser fator de mérito desses profissionais em suas carreiras e de suas universidades na luta por mais dinheiro do pagador de impostos, taxas, encargos etc. As melhores contribuições, premiadas, escolhidas sob diversos critérios que o mundo cibernético possibilita mereceriam prêmios que grandes empresas poderiam oferecer em seus programas de responsabilidade social. A mídia em torno dos melhores daria a esses indivíduos notoriedade e outras possibilidades de trabalho.
Material eletrônico via internet pode ter “merchandising” (inclusive político, institucional), viabilizando-se redução de custos. O material eletrônico pode associar filmes, fotografias com padrões técnicos excelentes, museus e laboratórios virtuais, links a bibliotecas públicas etc. além de dispensar o uso de papel. A popularização do uso da internet e a acessibilidade a computadores de baixo custo trabalham a favor da “UNIVERSALIZAÇÃO DA CULTURA TÉCNICA”.
É impressionante, citando um caso que vale um prêmio Nobel, o trabalho da Google. Ela quebrou paradigmas e agora desafia outros empreendedores e governos a serem mais eficazes. Poderíamos criar nossa Google cultural, brasileira... Temos competência?
Tudo isso simplesmente nos dá a convicção de que nós podemos, é só querer.
Não temos desculpas pela inoperância.
Cascaes
3.10.2008
http://br.youtube.com/view_play_list?p=541EEE0745271FC0
http://br.youtube.com/view_play_list?p=6C7FB2EDE58ED258
http://respeitodignidadeacessibilidade.blogspot.com/
http://meioambienteecologiaesustentabilidade.blogspot.com/
http://ltde.blogspot.com/
http://www.joaocarloscascaes.blogspot.com/
http://direitodaspessoasdeficientes.blogspot.com/
http://librasportugues.blogspot.com/
http://museusparisienses.blogspot.com/
http://jcbcascaes.blogspot.com/
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http://inspiradonareatech2007.blogspot.com/
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http://inclusaodigitalbrasil.blogspot.com/
http://blog8jeitosdeeducarrelatoago2008a.blogspot.com/
http://conversandocomocdi.blogspot.com/

Pacto Global na Educação

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Normas Técnicas Mercosul

A integração industrial, comercial, econômica, enfim, dos países do Mercosul precisa sofrer um processo de ajustes técnicos que devem , entre outras coisas, levar ao fortalecimento da:
AMN - ASSOCIAÇÃO MERCOSUL DE NORMALIZAÇÃO, organismo de normalização do Mercosul. Associação civil, sem fins lucrativos, criada em 1992 e reconhecida como fórum responsável pela gestão da normalização voluntária no âmbito do Mercosul, é composta pelos Organismos Nacionais de Normalização dos quatro países membros, que são IRAM (Argentina), ABNT (Brasil), INTN (Paraguai) e UNIT (Uruguai), e do INN (Chile) e IBNORCA (Bolívia), estes dois últimos como aderentes. Atividades centradas em: “Normalização - Desenvolver as Normas Mercosul (NM)” através de seus Comitês Setoriais.
Endereço: Secretaria Executiva no Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda - São Paulo – SP, http://www.amn.org.br, E-mail: secretaria@cmn.org.br
Qualquer gerente ligado a projetos, construção, manutenção e operação já deve ter sofrido as dúvidas de escolher e definir produtos e serviços com precisão. Nossa ABNT é e não é base legal. Entidade privada, sobrevivendo com a venda de suas “normas”, depende da boa vontade dos voluntários que as empresas cedem, precisa faturar com o resultado final de seu trabalho, criando uma barreira econômica para os profissionais e estudantes. Aliás, fala-se muito em acessibilidade ao ensino, mas ainda não vimos uma atuação firme nesse sentido. O Governo Federal deveria assumir os custos da ABNT (agora também a AMN) e disponibilizar as normas técnicas em portais, balcões de concessionárias, universidades etc., sem custo para os interessados em usá-las. Por exemplo, se o consumidor quiser saber como deveria ser o copo d’água que pretende comprar, se procurar a ABNT, vai gastar muito mais que o valor do que pretende gastar simplesmente comprando um utensílio que, entretanto, submeteu-se teoricamente a padrões técnicos na hora de ser fabricado.
O MERCOSUL envolve países com normas muito diferentes entre si, isso é ruim. Um exemplo do que isso pode significar foi dado pelo consórcio que está produzindo o Airbus A 380, o maior avião de transporte de passageiros do mundo. Na hora de fabricá-lo sentiram a perversidade de uso de normas diferentes, atrasando o projeto com prejuízos enormes para todos.
Com ou sem normas Mercosul, a necessidade de mudança de hábitos e produtos diante da preocupação com o meio ambiente já deveria ser motivo suficiente para uma atuação mais enérgica de nossas autoridades. Desde tomadas e chaves de luz que usamos em casa (mau contato que aparece logo leva a desperdício de energia) até nossos automóveis e tijolos, tudo precisaria ser revisto para se impor técnicas mais adequadas ao século 21.
A humanidade está envelhecendo. Nossos especuladores em Bolsa de Valores talvez consigam diminuir a idade média da população humana quebrando os fundos previdenciários, transformando em pesadelo o que era um sonho de centenas de milhões de pessoas. Os sobreviventes do holocausto econômico que estamos vivendo, entretanto, merecerão calçadas, ônibus, prédios, produtos mais seguros, mais funcionais.
As pessoas deficientes clamam por acessibilidade. Será que isso é prioridade de nossas autoridades? É muito bom continuar com as dificuldades, afinal pode-se agenciar favores, criando-se áurea de bondade em torno daqueles que procuram votos alegando serviços prestados com o dinheiro do contribuinte...
A existência de normas técnicas modernas, ajustadas às questões ambientais em pauta e promovendo a acessibilidade, facilitando a compreensão de todos, sendo disponibilizadas sem custos e valendo dentro e fora de nossas fronteiras mais próximas seria algo maravilhoso, já tentado pelos cientistas e empresários diversas vezes, afinal existem organizações de normas técnicas internacionais. Considerando, entretanto, a necessidade dos países latino americanos de se fortalecerem e evoluírem em todos os sentidos, podemos, num primeiro passo, criar, viabilizar e adotar normas técnicas para o Mercosul, com ampla divulgação dos resultados e acessibilidade irrestrita aos documentos produzidos. Isso valeria muito e seria um avanço eficaz a favor da integração entre nossos países. O esforço existe, vide portal http://www.normalizacao.cni.org.br/normas_tecnicas_regionais.htm#, a questão é, quando teremos resultados concretos? O resultado disso será outra coleção de papéis que deveremos pagar, um a um, para saber o que estamos e podemos fazer?
Cascaes
1.10.2008

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução

O Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução. Caixa de entrada
Pucci 28 de setembro de 2008 14:03
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DEBATE ABERTO

O impensável aconteceu

O Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução; cada país tem o direito de fazer prevalecer o que entende ser o interesse nacional contra os ditames da globalização; o mercado não é, por si, racional e eficiente, apenas sabe racionalizar a sua irracionalidade e ineficiência enquanto estas não atingirem o nível de auto-destruição.

Boaventura de Sousa Santos

A palavra não aparece na mídia norte-americana, mas é disso que se trata: nacionalização. Perante as falências ocorridas, anunciadas ou iminentes de importantes bancos de investimento, das duas maiores sociedades hipotecárias do país e da maior seguradora do mundo, o governo dos EUA decidiu assumir o controle direto de uma parte importante do sistema financeiro.

A medida não é inédita pois o Governo interveio em outros momentos de crise profunda: em 1792 (no mandato do primeiro presidente do país), em 1907 (neste caso, o papel central na resolução da crise coube ao grande banco de então, J.P. Morgan, hoje, Morgan Stanley, também em risco), em 1929 (a grande depressão que durou até à Segunda Guerra Mundial: em 1933, 1000 norteamericanos por dia perdiam as suas casas a favor dos bancos) e 1985 (a crise das sociedades de poupança).

O que é novo na intervenção em curso é a sua magnitude e o fato de ela ocorrer ao fim de trinta anos de evangelização neoliberal conduzida com mão de ferro a nível global pelos EUA e pelas instituições financeiras por eles controladas, FMI e o Banco Mundial: mercados livres e, porque livres, eficientes; privatizações; desregulamentação; Estado fora da economia porque inerentemente corrupto e ineficiente; eliminação de restrições à acumulação de riqueza e à correspondente produção de miséria social.

Foi com estas receitas que se “resolveram” as crises financeiras da América Latina e da Ásia e que se impuseram ajustamentos estruturais em dezenas de países. Foi também com elas que milhões de pessoas foram lançadas no desemprego, perderam as suas terras ou os seus direitos laborais, tiveram de emigrar.

À luz disto, o impensável aconteceu: o Estado deixou de ser o problema para voltar a ser a solução; cada país tem o direito de fazer prevalecer o que entende ser o interesse nacional contra os ditames da globalização; o mercado não é, por si, racional e eficiente, apenas sabe racionalizar a sua irracionalidade e ineficiência enquanto estas não atingirem o nível de auto-destruição; o capital tem sempre o Estado à sua disposição e, consoante os ciclos, ora por via da regulação ora por via da desregulação. Esta não é a crise final do capitalismo e, mesmo se fosse, talvez a esquerda não soubesse o que fazer dela, tão generalizada foi a sua conversão ao evangelho neoliberal.

Muito continuará como dantes: o espiríto individualista, egoísta e anti-social que anima o capitalismo; o fato de que a fatura das crises é sempre paga por quem nada contribuiu para elas, a esmagadora maioria dos cidadãos, já que é com seu dinheiro que o Estado intervém e muitos perdem o emprego, a casa e a pensão.

Mas muito mais mudará. Primeiro, o declínio dos EUA como potência mundial atinge um novo patamar. Este país acaba de ser vítima das armas de destruição financeira massiça com que agrediu tantos países nas últimas décadas e a decisão “soberana” de se defender foi afinal induzida pela pressão dos seus credores estrangeiros (sobretudo chineses) que ameaçaram com uma fuga que seria devastadora para o actual american way of life.

Segundo, o FMI e o Banco Mundial deixaram de ter qualquer autoridade para impor as suas receitas, pois sempre usaram como bitola uma economia que se revela agora fantasma. A hipocrisia dos critérios duplos (uns válidos para os países do Norte global e outros válidos para os países do Sul global) está exposta com uma crueza chocante. Daqui em diante, a primazia do interesse nacional pode ditar, não só proteção e regulação específicas, como também taxas de juro subsidiadas para apoiar indústrias em perigo (como as que o Congresso dos EUA acaba de aprovar para o setor automóvel).

Não estamos perante uma desglobalização mas estamos certamente perante uma nova globalização pós-neoliberal internamente muito mais diversificada. Emergem novos regionalismos, já hoje presentes na África e na Ásia mas sobretudo importantes na América Latina, como o agora consolidado com a criação da União das Nações Sul-Americanas e do Banco do Sul. Por sua vez, a União Européia, o regionalismo mais avançado, terá que mudar o curso neoliberal da atual Comissão sob pena de ter o mesmo destino dos EUA.

Terceiro, as políticas de privatização da segurança social ficam desacreditadas: é eticamente monstruoso que seja possível acumular lucros fabulosos com o dinheiro de milhões trabalhadores humildes e abandonar estes à sua sorte quando a especulação dá errado. Quarto, o Estado que regressa como solução é o mesmo Estado que foi moral e institucionalmente destruído pelo neoliberalismo, o qual tudo fez para que sua profecia se cumprisse: transformar o Estado num antro de corrupção.

Isto significa que se o Estado não for profundamente reformado e democratizado em breve será, agora sim, um problema sem solução.

Quinto, as mudanças na globalização hegemônica vão provocar mudanças na globalização dos movimentos sociais que vão certamente se refletir no Fórum Social Mundial: a nova centralidade das lutas nacionais e regionais; as relações com Estados e partidos progressistas e as lutas pela refundação democrática do Estado; contradições entre classes nacionais e transnacionais e as políticas de alianças.


Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

Qual é o problema? Sei lá!

Por Mauro Kahn & Pedro Nobrega do Clube do Petróleo www.clubedopetroleo.com.br

A primeira reação à pergunta “qual é o problema?” quase sempre resulta em um desesperado “não sei!”, acompanhado de uma busca ansiosa por alguém que possa nos ajudar a descobrir. Poucas pessoas são motivadas para reconhecer o real problema ou estão mesmo dispostas a procurá-lo, esquecendo que saber onde se escondem as causas já é meio caminho andado para corrigir as conseqüências.

A maioria de nós raciocina a partir das conseqüências, gastando todos os esforços na direção errada. Se você ainda pensa que estou brincando, peço apenas que procure lembrar-se daquele seu automóvel que algum dia apresentou defeito e obrigou-o a jogar rios de dinheiro fora (até chegar ao real problema daquele carro). Pense também no caso de uma doença que médicos não conseguem diagnosticar em um determinado paciente e tratam com os mais diversos remédios, apenas agravando a situação.

Tenha em mente que, quando estamos tratando de empresas, a situação fica ainda pior, pois ao invés de aproximar-se do doutor e explicar tudo o que está sentindo, os “stakeholders” (funcionários, contratados, clientes e fornecedores) na maioria dos casos simplesmente omitem – ou mesmo distorcem – suas objeções por desejo de atender aos seus próprios interesses.

Durante a década de 90 vivemos o “boom da qualidade total”, quando perseguia-se de maneira utópica um modelo milagroso através do qual não haveriam mais erros em nenhum processo executivo. Este mito gerou um exército de especialistas, craques em descobrir problemas e propor soluções. O jargão do mercado era “Vamos eliminar imediatamente as ‘não conformidades’!” e o temido “fazer certo desde a primeira vez”. Os "sponsors" dos projetos insistiam na meta de 0% de erro. Na época, eu me adaptava, era bom nisso e obediente por inexperiência, mas confesso que nunca deixou de me incomodar esta concepção um tanto idealizada de que tudo deveria sair sempre perfeito. Não deixo de acreditar na melhoria continua, mas tenho certeza de que nunca faltam aspectos para corrigir e gerenciar.

Como vivemos em um mundo cheio de “não conformidades” – onde os processos mudam a todo instante influência de forças externas – a maior de todas as habilidades está justamente na capacidade de ser flexível e aceitar a mudança, reagindo aos problemas e antecipando as crises. É um fato que precisamos estar sempre nos aprimorando e reduzindo os riscos de nossos projetos na medida do possível; no entanto, sejamos sinceros: no fim das contas, o que realmente importa é sermos mais competentes que os nossos concorrentes.

Hoje, os bons consultores em gestão ainda utilizam as ferramentas dos anos 90 para trabalhar a melhoria dos processos, sendo algumas das mais utilizadas o “Brainstorming” (tempestade cerebral), o Diagrama de Ishikawa (ou Diagrama de Causa e Efeito) e as conclusões teóricas do economista italiano Vilfredo Pareto. Com ferramentas como estas, simples e eficazes, já assisti verdadeiras revoluções dentro de algumas empresas.

Claro que, embora esteja certo de que a “qualidade total” seja um mito, jamais poderia negar a importância da qualidade em si, muito menos na Indústria do Petróleo (na qual é fundamental que você conheça seus problemas para não gerar largos prejuízos). Gosto de lembrar que nunca é demais, por exemplo, atualizar sua análise “SWOT” (diagrama onde identificamos as pontos fracos, pontos fortes, ameaças e oportunidades da empresa e/ou de seus projetos), pois errar na Indústria do Petróleo geralmente custa muito caro, significando até mesmo a morte (em casos de alto risco). Um erro pode gerar um prejuízo de milhões de dólares e até mesmo a perda de um cliente, já que as empresas do setor são todas muito exigentes, trabalham com prazos apertadíssimos e tecnologia de ponta. Sempre procurei e ainda procuro trabalhar conceitos como esses durante as aulas de Marketing e de Projetos que ministro e oriento em nosso curso de Gestão de Negócios em Petróleo & Gás, certo de que sem eles dificilmente haverá um profissional adequado para o gerenciamento de uma empresa. Erros sempre acontecerão, não há dúvidas, mas o verdadeiro profissional tem de estar preparado para reagir quando for a hora.

Por esta razão, no Clube do Petróleo nossos clientes são sempre orientados a desenvolver ao máximo seus recursos humanos e a sistematizarem os processos, de maneira a poder otimizá-los (ganhando em agilidade nos ajustes e maior capacidade reativa). É fundamental, no entanto, definir e apurar responsabilidades antes de assumir qualquer outro passo. Lembre-se que todo sucesso deve ser premiado e toda incompetência eliminada.

Mauro Kahn & Pedro Nobrega - Clube do Petróleo - Leia outros artigos e os primeiros desta série acessando o site www.clubedopetroleo.com.br

Aproveite e conheça os três treinamentos do Clube do Petróleo: Gestão de Negócios em Petróleo & Gás, Geopolítica & História do Petróleo e o tradicional Direito do Petróleo Avançado, cursos desenvolvidos de acordo com a nova realidade da Indústria do Petróleo Brasileira.

* Publicação e divulgação integral deste artigo estão autorizadas desde que sejam preservados os créditos de autoria e mantido inalterado o conteúdo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Projeto Zumbi - Mauá

Projeto Zumbi - Mauá

sábado, 20 de setembro de 2008

Normas Técnicas Brasileiras e Acessibilidade

OFÍCIO Ao Conselheiro da ABNT 1
Normas Técnicas Brasileiras 4
A ABNT e as pessoas com necessidades especiais 5
Agência Brasileira de Normatização e Qualidade - ABNQ 6
Pesquisa e desenvolvimento 8


OFÍCIO Ao Conselheiro da ABNT

Ao Conselheiro da ABNT
Dr. Dorival Heeren

Assunto: Normas Técnicas Brasileiras
Tema: acessibilidade
Ênfase: participação


Prezado Dr. Dorival

O Decreto Federal 5.296 de 2 de dezembro de 2004 regulamenta as leis 10.048 de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais, e a lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.
Esse decreto cita 32 vezes a ABNT, ou seja, o padrão de equipamentos e serviços dependerá de decisões dessa entidade, com a imensa responsabilidade de estabelecer normas brasileiras, mais ainda agora, quando deverá ajustar padrões existentes a pessoas que se sentem excluídas, agredidas, humilhadas em conseqüência de limitações físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas.
Sabemos que em todas as atividades existem situações de exclusão que são extremamente preocupantes. Qualquer estatística mostrará processos que penalizam as pessoas portadoras de deficiências. Nesse cenário encontramos os idosos, os cadeirantes, os surdos, cegos etc. Quanto tempo deverão esperar até que as cidades mudem, que os sistemas de transporte se ajustem, que nas escolas encontrem a tão decantada acessibilidade, motivo de inúmeros seminários, congressos, etc?
Assim ousamos sugerir que:
• A ABNT crie grupos especiais para as mudanças propostas no decreto federal 5.296 de 2004;
• Amplie a participação nesses grupos de trabalho convidando entidades dedicadas a pessoas com necessidades especiais;
• Proponha a presença de representantes dos CREAs, OAB e outras entidades de classe
• Viabilize um portal de discussão dessas normas para agilizar as contribuições e possibilitar a participação de entidades sem condições financeiras de envio de representantes.
Exemplificando: ficamos preocupados ao descobrir que o transporte rodoviário poderá demorar em ter novos padrões de construção de carrocerias com mudanças que garantam acessibilidade às pessoas com restrições de mobilidade. Os ônibus para o transporte interurbano de longo curso são veículos feitos, de modo geral, sem qualquer atenção em relação a passageiros obesos, cadeirantes, idosos etc. Os fabricantes continuam encarroçando, colocando ônibus novos em linha, que continuarão operando durante muitos anos, até serem substituídos. Enquanto funcionam sem acessibilidade prolongam sofrimentos e humilhações que já deveriam ser lembranças de um passado odioso, até porquê há muitos anos existem soluções técnicas razoáveis. Essa condição não impede, contudo, a exportação de veículos melhores, com adaptações, de uso universal etc, demonstrando-se a capacidade da nossa indústria e o melhor nível de muitos países estrangeiros, sob normas de acessibilidade já implantadas.
Entendemos que muitos brasileiros passam por dificuldades imensas, independentemente de suas condições sensoriais, físicas e mentais. Precisam de ajustes nas cidades em que vivem, carecem de equipamentos amigáveis, dependem de atenção das autoridades de plantão.
Esperar grandes mudanças em curto prazo é utopia. O mínimo que podemos e devemos pretender é cobrar agilidade de órgãos que afetam diretamente a vida dos brasileiros. Diante do quadro legal existente o alvo maior é a ABNT que, a partir da regulamentação da Lei Federal 10.048/2000, deverá tomar decisões de grande responsabilidade, justificando-se aí o convite a entidades de classe, Poder Judiciário, Ministério Público e ONGs dedicadas a portadores de deficiências e idosos.
Assim agindo a ABNT estará se resguardando de futuras objeções (naturais, inevitáveis) e atuando democraticamente, colocando em discussão pública questão tão importante quanto a reforma de nossas normas para atender as pessoas com necessidades especiais.

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos
Atenciosamente

João Carlos Cascaes
Presidente da Associação Brasileira de Defesa Cívica - ABDC
Coordenadas:
jccascaes@onda.com.br
Rua Dorival Pereira Jorge, 282, Vila Isabel, Curitiba PR 80320-060
Telefone: x41 3242 7082, Fax: x41 3343 7226, Celular: x41 9612 8826


Normas Técnicas Brasileiras

Qualquer cidadão ao adquirir algum produto industrializado estará recebendo algum produto que deverá ter sido feito de acordo com normas técnicas específicas. Isso é importantíssimo, pois assim sendo estará protegido contra desvios que poderiam ser perigosos à sua saúde ou lhe criando prejuízos financeiros e econômicos.
A qualidade pré-definida em normas também se aplica à prestação de serviços. Concessionárias de energia, água, esgoto, transporte etc estão sujeitas a normas e regras que deveriam ser de domínio público, isso sem contar os seus contratos de concessão ou permissão, documentos que deveriam ser visíveis em algum portal da cidadania, a partir dos municípios e indo até o plano federal.
Por alguma razão inexplicável no Brasil é muito difícil ter acesso a contratos, normas, regulamentos etc. Portais confusos, quando existem, mostram alguma coisa. A maioria desses documentos é objeto de iniciados abonados, em condições de estudar, entender e pagar por informações.
A ABNT (Fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.) cria normas técnicas que são vendidas e custam caro. Ou seja, se qualquer cidadão quiser saber se o copo de vidro que comprou está dentro do que estabelece alguma norma ABNT deverá pagar um valor muito superior ao do copo para comprar uma coleção de normas que regeram esse vasilhame. De que maneira o indivíduo poderá se defender?
Por algum mistério brasileiro, suas normas técnicas foram atribuídas a uma entidade privada. Sua criação mostra bem o espírito da época, quando nosso Brasil vivia de exportar café e açúcar, mal querendo saber de produtos brasileiros. E nossos industriais queriam, como até hoje provavelmente continuam desejando, distância de qualquer ação governamental. O lado ruim dessa diretriz é a dependência de decisões tomadas por entidades privadas (longe dos olhos da nação) em torno da qualidade e segurança de equipamentos e serviços criados em nosso país.
Sabemos que a maioria das normas é decidida por representantes de nossas indústrias. Quem defende o povo? Como são escolhidos? Qual é a credibilidade desses personagens?
O interessante é que navegando no portal da ABNT descobrimos que muitos espaços de informação são restritos. Por quê tanto segredo? De quem se escondem?
O governo federal se dispõe a contratar milhares de pessoas, assume serviços, distribui benefícios de acordo com seus critérios, poderia, perfeitamente, encampar a ABNT. Se para isso for necessária alguma lei, que a produza, se possível via Medida Provisória.
A ABDC – Associação Brasileira de Defesa Cívica - foi criada para, entre outras coisas, lutar contra a alienação de nossas autoridades e a falta de atenção do contribuinte brasileiro, do consumidor que paga e não sabe o que está recebendo. É urgente mobilizar a sociedade brasileira para uma cobrança mais enérgica dos seus direitos no intuito de se construir uma sociedade bela e justa. Nós da ABDC procuramos o caminho dessa vigilância, o desafio é encontrar uma forma eficaz de luta.
Estamos em período eleitoral. É triste ver a plataforma política da maioria dos candidatos. Para os cargos maiores da nação chega a ser exasperante sentir a falta de inspiração dos candidatos. Talvez em conseqüência da fase policial que o país vive, os discursos são de porta de cadeia ou, para variar, dizem que privilegiarão a educação e distribuirão bolsas, abonos, salários e outros benefícios.
O assunto Normas Técnicas Brasileiras vale para todo tipo de debate. É emblemático. Mostra bem o nível de distanciamento dos problemas brasileiros, menos dos seus responsáveis, mais das nossas autoridades que ainda não perceberam a importância dessa instituição, dos seus produtos e da necessidade de oferecê-los sem custos, sem burocracia, com agilidade e eficácia a todos os brasileiros.

Cascaes
4.9.2006

A ABNT e as pessoas com necessidades especiais

O Decreto Federal 5296 de 2 de dezembro de 2004 regulamenta as leis 10.048 de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas portadoras de necessidades especiais, e a lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Ótimo!
Esse decreto cita 32 vezes a ABNT, ou seja, o padrão de equipamentos e serviços dependerá de decisões dessa entidade privada sem fins lucrativos, distante, contudo, dos olhos da nação.
Pior ainda, a ABNT certamente terá suas prioridades dominadas pelos seus associados mais diligentes. Assim, quem garante que a eles interessará mudar padrões que suas empresas adotaram há muito tempo?
Infelizmente precisamos duvidar para poder questionar e cobrar explicações.
Sabemos que em todas as atividades existem situações de exclusão que são extremamente preocupantes. Qualquer estatística mostrará retardos em processos que penalizam as pessoas portadoras de deficiências. Nesse cenário encontramos os idosos, os cadeirantes, os surdos, cegos etc. Quanto tempo deverão esperar que as cidades mudem, que os sistemas de transporte se ajustem, que nas escolas encontrem a tão decantada acessibilidade, motivo de inúmeros seminários, congressos, etc?
O poder político sobre as entidades que governam nosso país é importante e deve ser exercido com maior ou menos rigor, conforme for o caso, a gravidade, a urgência. Assim cumpre-nos perguntar, não seria justo mudar a ABNT? Não seria o momento de se criar uma agência federal dedicada à criação de normas industriais, de serviços etc?
Naturalmente uma entidade que sobrevive graças a contribuições espontâneas e à venda de seus produtos terá suas decisões afetadas pelas necessidades dos seus sócios. Deslocando-a para o quadro de agências que se formou em nosso país, teremos, pelo menos, a viabilização de serviços sem outros custos que os fiscais, no bolo de despesas da União, onde se gasta muito dinheiro em serviços menores e diversos.
Um exemplo que nos deixou preocupados foi descobrir que o transporte rodoviário demora em ter novos padrões de construção de carrocerias com mudanças que garantam acessibilidade às pessoas com restrições de mobilidade. Os ônibus para o transporte interurbano de longo curso são veículos feitos, de modo geral, sem qualquer atenção em relação a passageiros obesos, cadeirantes, idosos etc. Os fabricantes continuam encarroçando, colocando ônibus novos em linha, que continuarão operando durante muitos anos, até serem substituídos. Enquanto funcionam sem acessibilidade, sem qualquer preocupação com as pessoas com restrições de mobilidade, prolongam sofrimentos e humilhações que já deveriam ser lembranças de um passado odioso, até porquê há muitos anos existem soluções técnicas razoáveis.
O Ministério Público pode ajudar muito cobrando, energicamente, um cronograma de atendimento da ABNT ao que foi estabelecido no Decreto 5296/2004. O Poder Executivo, em todos os seus níveis, teria como agilizar decisões, acenando, inclusive, com mudanças drásticas nos órgãos encarregados de criar normas técnicas. Acima de tudo precisamos de vontade política.
Entendemos que muitos brasileiros passam por dificuldades imensas, independentemente de suas condições sensoriais, físicas e mentais. Precisam de ajustes nas cidades em que vivem, carecem de equipamentos amigáveis, dependem de atenção das autoridades de plantão.
Esperar grandes mudanças institucionais em curto prazo é utopia. O mínimo que podemos e devemos pretender é cobrar agilidade de órgãos que afetam diretamente a vida dos brasileiros. Diante do quadro legal existente o alvo maior é a ABNT. ONGs, Ministério Público e lideranças dedicadas às pessoas especiais precisam focar as atribuições e responsabilidades da Associação Brasileira de Normas Técnicas e pressionar para decisões que são essenciais à garantia da acessibilidade do cidadão brasileiro à vida digna, justa e merecida.

Cascaes
5.9.2006


Agência Brasileira de Normatização e Qualidade - ABNQ

Poucas pessoas terão consciência da importância das normas técnicas.
Todos, de modo geral, valorizarão a qualidade, não perdendo de vista o custo associado a qualquer exigência de melhor padrão.
A indústria tem seus projetos de produção sobre documentos (as normas técnicas). nacionais e internacionais que definem tolerâncias, precisões e tipos de produtos.
O comércio internacional existe também graças a acordos que estabelecem limites de qualidade além de conceituarem o que se entende por isso ou aquilo.
Concessionárias de serviços públicos precisam de contratos de concessão, regulamentos, normas de toda espécie, tudo para garantir aos seus clientes serviços e produtos coerentes com suas obrigações e as necessidades dos cidadãos e empresas atendidos. O estabelecimento dessas condições de contorno é essencial à defesa do consumidor; sem contratos e acordos explícitos e bem definidos o poder das concessionárias será dominante nas relações empresa/nação, existindo aí uma série de riscos de atendimento e de abuso econômico.
A democracia e a liberdade são diretamente proporcionais ao estado de Direito, onde as leis existem para serem cumpridas e elas próprias precisam conter elementos de exercício da individualidade e do associativismo, as duas ações, ainda que antípodas, convergindo para uma negociação de espaços que preserve a dignidade humana.
Nesse contexto torna-se fundamental a existência de entidades dedicadas à normatização e ao estabelecimento de padrões de confiabilidade, qualidade e custos. O ideal é que essas instituições sejam livres sob vigilância democrática e do Poder Judiciário e que ofereçam seus serviços sem custos diretos, sobrevivendo dentro do orçamento do estado, de onde se espera a sustentação de entidades de utilidade pública. No Brasil, para a criação de padrões temos a ABNT.
Portal http://www.abnt.org.br/home_new.asp, fundada em 1940, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – é o órgão responsável pela normalização técnica no país... É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992... A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO – International Organization for Standardization, IEC – International Electrotechnical Comission, COPANT – Comissão Panamericana de Normas Técnicas, AMN – Associação Mercosul de Normalização. Além disso, é acreditada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), o qual possui acordo de reconhecimento com os membros do IAF (International Acreditation Forum) para certificar Sistemas de Gestão da Qualidade (ABNT NBR ISO 9001) e Sistemas de Gestão Ambiental (ABNT NBR ISO 14001) e diversos produtos e serviços).)
Ou seja, governa nosso país em muitos aspectos delicados de nosso dia a dia.
Vivemos no mundo da Internet. Nada mais justo do que a disponibilização de todas as normas técnicas, sem qualquer custo, para quem delas se interesse. Além disso, em locais públicos, bibliotecas e em lugares de atendimento ao público externo por indústrias, concessionárias, empresas de serviço etc deveria existir, para uso de seus clientes, terminal Internet ou algum caderno de normas relativas aos produtos vendidos ou servidos.
A produção e o gerenciamento de normas têm custos. A venda dos seus exemplares é uma fonte de renda para a ABNT. Sua sobrevivência depende, portanto, dessa exploração que limita o acesso a documentos essenciais à segurança e conforto de todos os brasileiros. Diante de tudo isso entendemos que a criação de uma agência nacional dedicada à criação e gerenciamento de normas técnicas seria a solução para o atendimento ao nosso povo, a quem o governo deve justiça e respeito em todas as suas atividades. Essa agência absorveria as atribuições da ABNT e colocaria seus produtos à disposição da nação, sem a burocracia e os custos criados pela ABNT.
Nosso governo, tão rápido em questões de menor interesse público, poderia dar um exemplo de rigor e respeito ao cidadão brasileiro criando a ABNQ – Agência Brasileira de Normatização e Qualidade por Medida Provisória, procurando agilizar sua existência pelo bem de todos e felicidade geral da nação.
Fica aí a sugestão a nossos políticos e candidatos ao governo.

Cascaes
5.9.2006

Pesquisa e desenvolvimento

O conhecimento humano é um patrimônio fértil de riquezas que precisa dar base para a criação de estruturas produtivas. As nações mais competentes sempre valorizaram a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, conquistando riquezas que as transformaram em potências modernas. É fácil verificar essa afirmação observando o que usamos, gostamos e compramos sempre que temos algum dinheiro a mais. Os produtos estrangeiros enchem as prateleiras mais atraentes, ainda que muito caras. Na outra ponta vemos aqueles países dominados por lógicas primitivas e atividades de rotina, frágeis e dependentes do poder dos mais fortes. Alguns são grandes produtores de matéria prima, produtos semi-manufaturados e até alguns mais elaborados, sonhando com a abertura de fronteiras e fim de subsídios que os países mais ricos sustentam dentro de políticas espertas e conscientes dos interesses de seus povos.
No Brasil poucos governantes realmente valorizaram a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Fomos dominados por fazendeiros e negreiros no tempo do Império, time engrossado pelos cortesãos e incapaz de valorizar a sociedade industrial emergente. Tínhamos, inclusive, o culto generalizado ao ócio, menosprezando-se aqueles que trabalhavam. Esse software improdutivo resistiu aos tempos, persistindo até hoje entre muita gente que se vangloria de ganhar salários e de não produzirem nada.
Precisamos crescer, gerar empregos, formar bases que vençam barreiras e dêem ao nosso país força e vigor, estrutura para produzir o que necessitarmos, inclusive eventuais bombas e foguetes, que nos coloquem entre as potências respeitáveis (lamentavelmente, só é valorizado quem realmente possuir exércitos capazes de impor respeito, vale comparar a reação norte americana ao Iraque com a atitude desse país contra a Coréia do Norte...).
No Setor Elétrico, graças à clarividência de alguns ministros, ainda temos, apesar do quase sucateamento, laboratórios e equipes técnicas de altíssimo nível. Esses recursos humanos e materiais precisam, contudo, de objetivos nacionais, de interesse comum a nosso povo. Deveríamos, por exemplo, pesquisar intensamente a criação e produção de biocombustíveis e aprimorar fornalhas e turbinas para essas fontes de energia. Seria importantíssimo desenvolver técnicas de monitoração e controle dos sistemas de distribuição de energia elétrica, algo de baixo custo e que se aplicasse à eletrificação rural. Os famosos aerogeradores deveriam ter maior índice de nacionalização; agora nacionalizamos o vento, falta o resto. Podemos e devemos mudar conceitos de proteção de modo a fugirmos dos famigerados relés; nosso pessoal de extra-alta tensão poderia abrir espaços para os sistemas que podemos e devemos desenvolver. Será que não poderíamos criar tecnologia própria na transmissão em corrente contínua? Talvez valha a pena formar laboratórios dedicados à P&D em torno dos semicondutores. Qualidade de energia é meta específica do melhor uso da Engenharia. Para tudo isso e muito mais seria fundamental, entretanto, a implantação, por força de lei, de uma política de geração e apropriação de patentes.
O sistema brasileiro de registro de patentes é absurdamente caro e complicado. Parece que foi criado para proteger os estrangeiros.
As normas técnicas brasileiras (ABNT) deveriam ser comandadas pelo Governo Federal e oferecidas sem custo para qualquer cidadão. A internet existe e permite a publicação de assuntos dessa espécie sem custos para os usuários: o povo brasileiro.
Para consolidar conhecimentos o livro técnico eletrônico seria um veículo sensacional, ao alcance da maioria dos estudantes universitários, profissionais e pesquisadores; com certeza não faltariam patrocinadores.
Precisamos reinventar o Brasil, desviá-lo do inglório rumo à submissão ao G7 e outros Gs maldosos.
Felizmente vivemos sob democracia, assim os governos podem mudar em benefício da nação. A esperança em torno do Presidente Lula é enorme, esperança que se formou na desilusão, na frustração criada pelos últimos presidentes. O Brasil pode e deve crescer com soberania, competência e dignidade, para tanto precisamos criar uma base tecnológica brasileira forte e aplicada aos nossos interesses.

Cascaes
13.2.3