quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Normas Técnicas Mercosul

A integração industrial, comercial, econômica, enfim, dos países do Mercosul precisa sofrer um processo de ajustes técnicos que devem , entre outras coisas, levar ao fortalecimento da:
AMN - ASSOCIAÇÃO MERCOSUL DE NORMALIZAÇÃO, organismo de normalização do Mercosul. Associação civil, sem fins lucrativos, criada em 1992 e reconhecida como fórum responsável pela gestão da normalização voluntária no âmbito do Mercosul, é composta pelos Organismos Nacionais de Normalização dos quatro países membros, que são IRAM (Argentina), ABNT (Brasil), INTN (Paraguai) e UNIT (Uruguai), e do INN (Chile) e IBNORCA (Bolívia), estes dois últimos como aderentes. Atividades centradas em: “Normalização - Desenvolver as Normas Mercosul (NM)” através de seus Comitês Setoriais.
Endereço: Secretaria Executiva no Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda - São Paulo – SP, http://www.amn.org.br, E-mail: secretaria@cmn.org.br
Qualquer gerente ligado a projetos, construção, manutenção e operação já deve ter sofrido as dúvidas de escolher e definir produtos e serviços com precisão. Nossa ABNT é e não é base legal. Entidade privada, sobrevivendo com a venda de suas “normas”, depende da boa vontade dos voluntários que as empresas cedem, precisa faturar com o resultado final de seu trabalho, criando uma barreira econômica para os profissionais e estudantes. Aliás, fala-se muito em acessibilidade ao ensino, mas ainda não vimos uma atuação firme nesse sentido. O Governo Federal deveria assumir os custos da ABNT (agora também a AMN) e disponibilizar as normas técnicas em portais, balcões de concessionárias, universidades etc., sem custo para os interessados em usá-las. Por exemplo, se o consumidor quiser saber como deveria ser o copo d’água que pretende comprar, se procurar a ABNT, vai gastar muito mais que o valor do que pretende gastar simplesmente comprando um utensílio que, entretanto, submeteu-se teoricamente a padrões técnicos na hora de ser fabricado.
O MERCOSUL envolve países com normas muito diferentes entre si, isso é ruim. Um exemplo do que isso pode significar foi dado pelo consórcio que está produzindo o Airbus A 380, o maior avião de transporte de passageiros do mundo. Na hora de fabricá-lo sentiram a perversidade de uso de normas diferentes, atrasando o projeto com prejuízos enormes para todos.
Com ou sem normas Mercosul, a necessidade de mudança de hábitos e produtos diante da preocupação com o meio ambiente já deveria ser motivo suficiente para uma atuação mais enérgica de nossas autoridades. Desde tomadas e chaves de luz que usamos em casa (mau contato que aparece logo leva a desperdício de energia) até nossos automóveis e tijolos, tudo precisaria ser revisto para se impor técnicas mais adequadas ao século 21.
A humanidade está envelhecendo. Nossos especuladores em Bolsa de Valores talvez consigam diminuir a idade média da população humana quebrando os fundos previdenciários, transformando em pesadelo o que era um sonho de centenas de milhões de pessoas. Os sobreviventes do holocausto econômico que estamos vivendo, entretanto, merecerão calçadas, ônibus, prédios, produtos mais seguros, mais funcionais.
As pessoas deficientes clamam por acessibilidade. Será que isso é prioridade de nossas autoridades? É muito bom continuar com as dificuldades, afinal pode-se agenciar favores, criando-se áurea de bondade em torno daqueles que procuram votos alegando serviços prestados com o dinheiro do contribuinte...
A existência de normas técnicas modernas, ajustadas às questões ambientais em pauta e promovendo a acessibilidade, facilitando a compreensão de todos, sendo disponibilizadas sem custos e valendo dentro e fora de nossas fronteiras mais próximas seria algo maravilhoso, já tentado pelos cientistas e empresários diversas vezes, afinal existem organizações de normas técnicas internacionais. Considerando, entretanto, a necessidade dos países latino americanos de se fortalecerem e evoluírem em todos os sentidos, podemos, num primeiro passo, criar, viabilizar e adotar normas técnicas para o Mercosul, com ampla divulgação dos resultados e acessibilidade irrestrita aos documentos produzidos. Isso valeria muito e seria um avanço eficaz a favor da integração entre nossos países. O esforço existe, vide portal http://www.normalizacao.cni.org.br/normas_tecnicas_regionais.htm#, a questão é, quando teremos resultados concretos? O resultado disso será outra coleção de papéis que deveremos pagar, um a um, para saber o que estamos e podemos fazer?
Cascaes
1.10.2008

2 comentários:

Unknown disse...

Grande Cascaes, meu prezado companheiro de tantos anos....
Òtimo artigo.
É um fato que a normatização (ou normalização) sugerida -além de necessário é proposta afirmativa- para nossos povos, colabora para integrar nossas indústrias, reduz custos, e permite colocar nossos produtos, do MS no mercado mundial.
O uso de normas reduz custos incentiva a pesquisa valoriza os produtos feitos. Permite -ademais- fazer normas (ou mesmo traduzi-las quando existirem convênios com países mais avançados) acompanhemos o que ocorre, eg. IEC, ou ANSI, entre outras tão importantes. Mas vale o mesmo para todas as áreas: metalurgia, química, informática etc... Parabéns pela abordagem. O sistema Confea/CREA tem um grupo denominado CIAM(?) que viaja pelo MS e faz algumas reuniões, entretanto acho que o convênio atualmente em vigor entre nossa velha e importante ABNT, (com custo aos Conselhos abrangidos),de infra-estrutura em geral, já é um paço que pode ser mais incentivado por nosso governo levando a integração e disseminação do uso e universalização de normas, para outros conselhos brasileiros organizados, eg. medicina, fisioterapia, ou economia/balanços etc...e dai -ato continuo- para o MS. Poderia colaborar até para reduzir custos a simples e imediata adptação e uso das normas que existem em qualquer país do MS para o outro. Sem demérito, quero crer que nosso país, não sei como está a Argentina poderiam colaborar como nossos irmão paraguaios uruguaios, venezuelanos, bolivianos e todos demais que vierem a se integrar no MS. Vc como eu sabemos que produzir normas é muito custoso. Seria um inicio mais prático de integração. Os industriais, dos sistemas chamados de "sistemas S", poderiam prestar relevante serviço aos nosso povos do MS se auxiliarem com recursos e apoio político.
Um grande abraço
Aldino
01/10/2008

relatar atividades culturais e reuniões da Academia de Letras José de Alencar - ALJA disse...

Aldino

O fundamental, justo e necessário é que tenhamos normas Mercosul, sem custos diretos para os usuários.
Normas acessíveis e sem restrições seriam um apoio importantíssimo aqueles que precisam delas, muitas vezes sem dinheiro para pagar o que cobram de cópias da ABNT, além da burocracia, do calvário para obtê-las nesse Brasil cartorário.